terça-feira, 19 de novembro de 2013

1 862 - O Quitexe a ver incidentes de Luanda ao longe...


Furriéis no Quitexe: Fernandes (de bigode e quico), Viegas, Belo, Bento, Costa e Flora (atrás), Ribeiro (copo na mão), Rabiço, Graciano e Abrantes (de cachimbo)

A 19 de Novembro de 1974, pela uíjanas terras do Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa e Santa Isabel andavam os Cavaleiros do Norte a riscar dias no calendário do adeus a Angola, com grandes esperanças que fosse rápido. Assim se entendessem os três movimentos de libertação - MPLA, FNLA e UNITA - com o governo português.
Este, a fazer crer nas diligências que Melo Antunes, ministro sem pasta, nesse dia fazia em Argel, a capital da Argélia, queria "a imediata formação do Governo de Transição". Avistava-se em ronda negocial com Agostinho Neto, presidente do MPLA, movimento que se recusava a colaborar com a UNITA e a FUA. Com a UNITA porque teria sido "cúmplice com o governo português" na chamada luta de libertação. Com a FUA porque era "o movimento representativo dos sectores mais reaccionários da população branca de Angola".
E por Luanda, a capital, o que se passava?
O almirante Rosa Coutinho, líder da Junta Governativa, ante o crescer de insegurança na cidade, as lutas inter-movimentos (que ninguem assumia) e outras que tais, decretou "enérgicas medidas de segurança" que, segundo Eugénio Alves, enviado especial do Diário de Lisboa, "contribuíram para a melhoria da situação".
A FNLA, acusada de ter "reduzida representação popular" e uma máquina organizativa com "carácter fortemente militarizado", reagiu e exigiu a demissão de Rosa Coutinho. E preparava-se para aumentar os seus efectivos militares, a que se opunha Vasco Lourenço, Conselheiro da Revolução, ao tempo em Luanda: "Haverá, logicamente, uma medida tendente a não permitir o estacionamento de forças armadas dos movimentos em Luanda", disse ele, ouvido pelo Diário de Lisboa.
Falou tambem sobre as dissidências do MPLA: a Revolta Activa (de Pinto de Andrade) e a Facção Chipenda. Para o Conselheiro da Revolução, o MPLA era o de Agostinho Neto.
Aos dias 19 de Novembro de 1974, assim se fazia a história do país que estava para nascer: Angola!

1 comentário:

  1. Parabéms Viegas e mantem-te em forma para continuares o blogue.
    Um grande abraço.
    Júnior

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