sábado, 7 de dezembro de 2013

1 880 - Palavras do Quitexe e opiniões da Holanda

A messe de sargentos do Quitexe, com os furriéis Norberto Morais e 
António Lopes, da CCS do BCAV. 8423, à frente. Título do Diário de Lisboa (em baixo)

Os dias de Dezembro de 1974 ia sendo riscados no calendário, o Neto já tinha voltado de férias (com rojões de minha mãe) e o Quitexe era um maná de conversas sobre a situação política, muitas delas acesas pela saudade e pelas notícias que nos chegavam de Portugal. A messe de sargentos era o cenário habitual, principalmente nas horas que antecediam almoços ou jantares.
A mim, de Portugal chegavam o Expresso e a edição de 2ª.-feira do Jornal de Notícias, avidamente disputados depois da minha (privilegiada) leitura, a de «dono da bola». Disputados pelos mais «falantes e opinantes»: o Machado, o Mosteias, o Neto, o Morais e o Lopes (foto), o Farinhas, o Pires do Montijo. A messe, valha a verdade, era uma tertúlia muito especial, multicor e multipinião, muito plural, combatente e reivindicativa.
Era via Diário de Lisboa (de 7 de Dezembro de 1974, o de faz hoje 39 anos!) que chegava opinião de Sietse Bosgra, director do holandês Angola Comité de Amesterdão, que, no CIDAC, afirmava que «o futuro de Angola está ameaçado por manobras imperialistas». Denunciava, por exemplo, o comportamento da FLEC, cujo golpe militar recentemente tinha sido abortado e inserindo-o na «situação de perigosidade representada pela influência do imperialismo americano (via Kinshasa e não só) em movimentos como a FNLA e a UNITA».
O mundo a falar de Angola e nós lá, no forno que «cozinhava» a nova nação, a morrer de saudades e cumprindo a nossa missão. Missão reformulada. E a botar opinião sobre quem de Angola falava mas, por vezes, sem saber a realidade viva do território que Portugal emancipava.
- CIDAC. Centro de Documentação 
e Informação Anti-Colonial.

6 comentários:

  1. Lopes e Pires:
    Era-mos todos meninos.Eu ao recordar tudo isto, Até pareço que vos
    estou a ver com aquelas carinhas de inocentes.
    Um grande abraço deste Cavaleiro do Norte.
    Alfredo Coelho
    Buraquinho

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  2. Por aquelas bandas, o cheiro a leite era intenso,, em todas as esquinas do Quitéxe!!
    Era só meninos!!
    Abraço rapaziada ,esse tempo não volta mais!!
    Manuel Pinto

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  3. Ei, Pinto:
    Também por lá passaste e muito aprendeste com os veteranos da
    CCS e, em particular, com os teus companheiros Rangers.
    Ora diz lá que não...
    Eh, eh, eh!!!
    Abraço, ó Pinto!!!
    CV

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  4. l Claro que também estava inculido nos lacticínios da época,
    não fosse uma peça do 8423 !!
    Abraço CV,
    era um cheiro bem agradável!!
    ManPinto

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  5. Velhos tempos,
    abraços
    João Monteiro

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  6. O amigo Morais e o Lopes,
    alentejanos dum raio.
    Francisco Neto

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