Rua do Comércio, em Carmona. Muitas vezes, entre Maio e finais de Julho de 1975, por ali tivemos de andar de olhos bem abertos e sentidos bem apurados. Em baixo, furriéis da CCS: António Cruz, Cândido Pires, Luís Mosteias (falecido). Francisco Neto, José Pires e Nelson Rocha
Carmona, pelos primeiros dias de Maio de 1975, continuava uma cidade minimamente pacífica, se esquecermos os regulares conflitos armados entre a FNLA e o MPLA - palmo a palmo, a discutirem território, que cada qual chamava mais seu que do outro!
«Parecia que o fim tácito de vários anos de guerra, em Angola, traria com consequência situações de acalmia em todo o seu território, procurado os diversos movimentos emancipalistas, através da ideologia política e social que defendem, fazer enraizar nas populações esses seus ideais e, daí, com maior ou menor facilidade, conduzir-se-iam as suas acções no decurso do processo de descolonização», leio no Livro da Unidade.
Pois, sim...
Avisado, ia o comandante Almeida e Brito, quando alertava a guarnição para possíveis incidentes na cidade, Para estarmos atentos e seguros. E a verdade é que os patrulhamentos urbanos passaram a a ser um problema. E perigoso! Embora nada que se parecesse com Luanda.
Aqui, a 5 de Maio de 1975 (há 39 anos!!!!) a imprensa noticiava que ainda vigorava o recolher obrigatório e que,. leio no despacho do DL: «Centenas de refugiados estão albergados nos liceus e estabelecimentos de ensino superior, onde foram, organizados centros de socorro». A Força Aérea transportava para Luanda refugiados de outras regiões de Angola.
«Até ontem - referia o Diário de Lisboa de 5 de Maio de 1975 - tinham entrado nas morgues 500 cadáveres». «Julga-se, no entanto, acrescentava o jornal, que «o número total de vítimas dos últimos acontecimentos, deve elevar-se a cerca de um milhar».
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