quarta-feira, 6 de maio de 2015

3 111 - Reencontro com o Jacinto e expulsão dos PIDE/DGS

O 1º. cabo Jacinto (da ZMN) e o furriel Viegas (dos Cavaleiros do Norte), 40 anos 
depois de se conhecerem em Carmona. Notícia do Diário de Lisboa de 6 de 
Maio de 1975, há 40 anos. Mais abaixo, o Jacinto e a esposa com o 1º. ministro Passos Coelho



O Jacinto foi 1º. cabo escriturário da ZMN e companheiro dos Cavaleiros do Norte, a partir de 2 de Março de 1975. É empresário de restauração na Quarteira, empresário de sucesso - até com visita (ver foto) do 1º. ministro Passos Coellho -, e meu anfitrião habitual, sempre que a vida me leva a terras do Algarve. Assim aconteceu há dias.
A conversa andava interrompida de alguns anos e levou-nos aos dias amargos da primeira semana de Junho de 1975, quando, pela Carmona da nossa saudade, troaram os morteiros e se multiplicaram os sons e os cheiros de morte que enlutaram muita gente civil.  «As casernas eram de chapa de zinco e tivemos medo que nos atacassem directamente», recordou-me ele, o Jacinto, desses dias dramáticos, os primeiros de Junho de 1975.
Semanas antes, já todos por lá jornadeávamos, era 6 de Maio desse mesmo ano de 1975, e sabia-se, pela leitura da imprensa, que a morgue de Luanda tinha «recolhido 500 cadáveres, dos quais só 16 não eram negros». mas receava-se que «hajam, outras 500 vítimas, cujos corpos não deram entrada na casa mortuária».
O dia foi igualmente assinalado pela expulsão dos agentes da PIDE/DGS que operavam em Angola, por decisão do Conselho de Ministros. O MPLA, mais rigoroso, exigia mesmo que fossem «imediatamente detidos, afim de não tentarem a fuga».
Assim iam, há 40 anos, os dias da pré-independência de Angola, numa altura, 6 de Maio de 1975, em que «cessou o tiroteio na zona dos musseques» de Luanda, que estava «fortemente policiada por forças mistas portuguesas e angolanas». «Desde sábado que não se registam incidentes de vulto», noticiava a imprensa do dia, referindo-se a 3 de Maio desse ano, sublinhando que «a imediata reconciliação» entre MPLA e FNLA «parece existir, a avaliar pela grande manifestação de domingo, nas ruas de Luanda, em que militares de MPLA, FNLA e UNITA desfilaram com bandeiras desfraldadas, entrelaçadas com slogans, manifestando propósitos de colaboração pacífica»
Assim não viria a ser.
- JACINTO. Jacinto Sebastião Gomes 
Diogo, 1º. cabo escriturário da ZMN. Natural de 
Odeleite (Castro Marim) e empresário (Restaurante
O Jacinto, na Quarteira), 
Foto com Passos Coelho DAQUI 

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