sexta-feira, 8 de maio de 2015

3 113 - Assassínios a norte e internacionalização do conflito

Cavaleiros do Norte, há 40 anos: Serra Mendes e Domingos Teixeira (atrás), João 
Monteiro (Gasolinas), Américo Gaiteiro e Porfírio Malheiro (sentados). Alípio 
Canhoto (de arma na mão e mão no quico) e António Pereira, mecânico auto 
(ao lado direito). Notícia do Diário de Lisboa, de há 40 anos



As coisas lá iam indo, por Carmona, a capital do «nosso» Uíge -, e no Songo (onde estavam os zalalas) com mais ou menos incidentes, no essencial controlados pelos Cavaleiros do Norte -, mas por lá perto, no chamado Norte de Angola, a situação complicava-se. 
A 8 de Maio de 1975, o Diário de Lisboa dava conta de um comunicado do MPLA, noticiando que «na noite de 2 para 3 de Maio, as delegações e aquartelamentos do MPLA em S. Salvador, Sanza Pombo e Ambrizete foram atacadas por forças do ELNA» - o exército da FNLA.
«Centenas de civis foram barbaramente assassinados, feridos ou mutilados e, no dia 4, um destacamento do MPLA, enquadrando numeroso elementos do movimento, foram obrigados a abandonar Sanza Pombo e Ambrizete», referia o movimento presidido por Agostinho Neto.
A FNLA, também em comunicado, não desmentiu os incidentes mas explicou que eram «consequência das confrontações armadas em Luanda». O MPLA, por seu lado, referia que o «clima de intimidação» que se vivia no norte de Angola» (...) «fazia prever a chegada de refugiados a Luanda».
MPLA que, na mesma data de há 40 anos, desmentia que fosse «desencadear quaisquer acções contra brancos, no próximo dia 11». O movimento liderado por Agostinho Neto considerou que «essas notícias falsas representam uma tentativa de agudização dos conflitos raciais» e, acrescentou, «uma manobra para internacionalizar pequenos problemas internos porque passa o país, no intuito de fomentar a intervenção de forças externas e inimigas».

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