terça-feira, 23 de junho de 2015

3 168 - Cavaleiros do Norte na mata e MPLA a ameaçar com guerra

Furriéis Viegas, Mosteias e Neto, há 20 anos, na nesse de Sargentos do 
Bairro Montanha Pinto,  em Carmona. Já tinham passado 
os  trágicos dias da primeira semana de Junho de 1975




O MPLA, a 2 de Junho de 1975, reafirmava
o  «prosseguimento da guerra em Angola», segundo
o Diário de Lisboa desse dia
A 22 de Junho de 1974, os Cavaleiros do Norte iam no seu terceiro dia da Operação Castiço DIG (a sua estreia nas matas de Angola) e, em Brazaville, o presidente Agostinho Neto afirmava que «a luta só  cessará quando os dirigentes do MPLA estiverem plenamente convencidos que Portugal decidiu entregar o poder ao povo angolano».
O presidente do MPLA desmentia, assim, uma notícia divulgada pela Emissora Oficial de Angola, na 3ª.-feira anterior, segundo a qual (recordo do Diário de Lisboa), o movimento teria decidido «abandonar a luta armada, para facilitar uma solução política do problema angolano». 
«Ultimamente - disse Agostinho Neto em Brazzaville - registámos êxitos na zona de Cabinda e travamos combates importantes na parte oriental do nosso país».
O presidente do MPLA, citado pelas agências France Press e Reuters, acrescentou que «a actual situação militar no território é extremamente favorável aos guerrilheiros  e os combates estão a intensificar-se no sector oriental e no Enclave de Cabinda». Não creio que fosse assim, mas entende-se (politicamente, afirmação de Agostinho Neto.
Um ano depois e depois da Cimeira do Quénia, «a grande questão a resolver» era, e cito o Diário de Lisboa de 22 de Junho de 1975, «a paz efectiva entre MPLA, FNLA e UNITA». A junção de homens (militares) com «místicas particularmente diversas» afirmava-se como «ponto central», pois «as dificuldades que oferece não será facilmente ultrapassadas», segundo opinião de observadores políticos da capita angolana.
Os três movimentos, como era reconhecido pelos seus dirigentes, assumiam a entrada, em Angola, de «grandes quantidades de armas. depois do cessar fogo com o Exército Português» e, por outro lado, denunciaram «zonas de influência onde cada um dos movimentos reivindicava superioridade militar e armamento de civis». Além disso, concordavam, que «as suas divergências internas levaram  a combates que fizeram inúmeras vítimas e agravaram a situação, desenvolvendo o tribalismo, o regionalismo e o racismo».
Assim ia o processo de descolonização de Angola. Há 40 anos!!!

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