sábado, 11 de junho de 2016

3 424 - Cavaleiros em Santa Isabel e tensão emocional em Carmona

A chegada dos Cavaleiros do Norte da 3ª. Companhia de Cavalaria 8423
à Fazenda Santa Isabel. A 11 de Junho de 1974, hoje se fazem 42 anos!
O Alfredo Coelho (Buraquinho) e o Aurélio
Júnior (barbeiro) ladeando o furriel Machado, o
novo doutor dos Cavaleiros do Norte
O Alfredo Coelho (1º. cabo Buraquinho) fez as honras de anfitrião do encontro 2016 da CCS e, no seu nome e do Miguel Teixeira e Joaquim Celestino Silva (os organizadores), disse do «muito gosto» tido em preparar este «feliz encontro» dos Cavaleiros do Norte do Quitexe. Tinham boas razões para isso, tudo correu em bom estilo e grande partilha de emoções.
O Viegas, apontado como «o nosso general», por ser o editor deste «blogue diário da vida do Batalhão e do desenvolvimento do processo de independência de Angola», como sublinhou o capitão Acácio Luz, foi chamado a orar e foi breve, enaltecendo «os valores da partilha que todos comungamos» e deu notícia do doutoramento do (furriel) Manuel Afonso Machado - que foi imediata e espontâneamente aplaudido.
Machado, o senhor doutor (por extenso), respondeu, de olhos rasgados de emoção e a sorrir de felicidade: «Aqui e sempre, ninguém é mais que o outro. As patentes ficaram lá, os cargos que temos e os lugares que somos, não são daqui, aqui somos todos irmãos e todos iguais!».
Há 42 anos, 11 de Junho de 1974, a 3ª. CCAV. 8423 chegava à Fazenda Santa Isabel, onde se aquartelaria até 10 de Dezembro do mesmo ano, quando rodou para o Quitexe. Completava-se, assim, a rotação do Batalhão de Cavalaria 8423, desde Santa Margarida (em Portugal) e Campo Militar do Grafanil - para a jornada africana de Angola, que continuaria até Setembro de 1975.
Um ano depois, por Carmona, diligenciava-se a criação das Forças Militares Mistas, com a formação da 1ª. Companhia (a 1ª. FMM), que viria a ser «integrada por elementos da FNLA e da UNITA». O MPLA, recordemos, tinha sido expulso da região, depois da sangrenta primeira semana desse Junho de 1975.  
A instrução, nas diversas especialidades, era dada por quadros dos Cavaleiros do Norte e o mês, segundo o Livro da Unidade, «decorreu sob forte tensão emocional, quer pelos alguns atritos que voltaram a dar-se, quer também porque se estão vivendo momentos de carências logísticas». Tais momentos, ainda segundo o Livro da Unidade, eram «reflexo  do estado de patente conflito que continua e que dá azo a um desabar de esperanças que se possa ver em bom e belo panorama o dia de amanhã».


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