terça-feira, 21 de junho de 2016

3 434 - Operação Castiço DIG, 3 mortos e cimeira angolana

Manuel Idalmiro Vargas, condutor de Zalala (à direita e sentado) veio 
dos Açores com as netas e esteve no encontro da 1ª. CCAV. 8423 do Pombal. Aqui, 
sob o olhar atento do José Romão, outro condutor da Zalala


  
A 21 de Junho de 1974, prosseguiu a operação «Castiço DIG», que envolveu o Batalhão de Cavalaria 8423 (na sua mais autentica estreia nas matas de Angola) e a 41ª. Companhia de Comandos. 
Já ontem aqui se disse que «não teve grande compensação o esforço desenvolvido pelas NT» e vale a pena lembrar que «teve efeitos mais graves, pois que foi accionada uma mina anti-pessoal», da qual, infelizmente e em data indeterminada, «um seu soldado sofreu a amputação de um pé».
A notícia do dia, no que a
João Marcos e Raúl Caixarias, dois
 «PELREC´s» que participaram na
Operação Castiço DIG, há 42 anos.
Na foto de cima,
 Ferreira. 1º. cabo
Vicente e Francisco, de garrafa na
boca (atrás), Marcos (tapado), fur-
riéis Neto e Monteiro (à civil), 1º.
cabo Almeida (falecido a 28/02/2009)
e NN (cortado). à frente, Aurélio
(Barbeiro) e Leal (falecido a
18/06/2007)
 
Angola dizia respeito, tinha a ver com o MPLA: «As três dissidências estão decididas a ultrapassar as contradições secundárias para se uniram contra o inimigo principal, o colonialismo português», escrevia o semanário «África-Asie», lembrando o encontro de Lusaka, a 8 de desse Junho de 1974, «entre José Eduardo dos Santos, membro fundador do MPLA, Vieira Lopes, antigo membro da direcção e representante da tendência «Revolta Activa», e Dimuca, membro da direcção e representante de Agostinho Neto e Daniel Chipenda, antigo membro do comité director».
José Eduardo dos Santos é o actual Presidente do MPLA e da República de Angola. Para esse dia estava prevista uma «cimeira de unidade», em Lusaka, e preparação do 1º. Congresso do nacional do partido.
O Serviço de Informação Pública das Forças Armadas, nesse mesmo dia, dava notícia de mais três mortos em combate, em Angola: o furriel miliciano Hélder Aniceto dos Santos Lima, de Benguela (do recrutamento local), e os soldados Mário Justino Viegas Pacheco, de Olhão, e José Manuel da Silva, do Funchal, na Madeira. Os três mortos em combate.
Notícia do Diário de Lisboa sobre três
motos em combate, em Angola
Um ano depois, terminava a Cimeira de Nakaru, que entre outros pontos, confirmava a realização das eleições angolanas a 11 de Novembro, a aproximação política dos três partidos, para além do «cessar fogo que pôs termo às hostilidades entre MPLA e FNLA».
«O principal resultado da conferência foi a deliberação de fundir num só exército de 30 000 homens os efectivos das Forças Armadas dos três movimentos, desarmando os excedentes. Ao mesmo tempo iniciar-se-á a operação de desarmamento dos civis», noticiava o Diário de Lisboa de 21 de Junho de 1975.
Tudo bem! Só que na mesma edição também se noticiava a denúncia do MPLA, em comunicado, de «manobras ofensivas por parte da FNLA, tendentes a aproveitar a aparente acalmia que a realização da cimeira provocou».
Acrescentava o MPLA que as referidas operações, entre os dias 15 e 18, tinham «características de uma ofensiva militar conjunta e simultânea sobre as povoações de Forte República, Brito Godinho, Duque de Bragança, Cale, Cangola, Quiculungo, Samba Caju, Samba Lucala e Barra do Dande», algumas delas bem perto da Carmona, onde os Cavaleiros do Norte continuavam a sua missão. De Carmona e do Uíge, porém, não havia notícias na imprensa. O que era um muito bom sinal.

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