quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

3 611 - Cavaleiros em rotinas e a turistar, acordo MPLA/UNITA

Cavaleiros do Norte das Transmissões, na parada do Quitexe. De pé, o
1º. cabo José Mendes, Couto Soares, furriel miliciano José Pires,
1º. cabo Luís Oliveira e José Costa. Em baixo, NN (quem o identifica?), 
Humberto Zambujo e 1º. cabo Jorge Salgueiro


Grupo de Zalala a caminho das Quedas do Duque de
 Bragança: Almiro Maciel, furriel João Dias, alferes Lains
 dos Santos, furriel Évora Soares, Carlos Coelho e António
 Famalicão (de pé), Carlos Costa e Fernando Silva (cócoras)


Aos meados de Dezembro de 1974 e com a classe política a definir as etapas do processo de descolonização de Angola, não era muito activa a vida operacional dos Cavaleiros do Norte - agora aquartelados ao longo da Estrada do Café: no Quitexe (a CCS e a 3. CCAV. 8423, a de Santa Isabel), em Aldeia Viçosa (2ª. CCAV. 8423) e Vista Alegre e Ponte do Dange (a 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala). 
O furriel miliciano José Carvalho, da 3ª. CCAV. 8423,
 a caminho das Quedas do Duque de Bragança. Aqui,
 em frente à Igreja de Camabatela
Os serviços dos aquartelamentos e uma ou outra escoltas, segurança das localidades e itinerários principais eram as principais actividades que por esse tempo se desenvolviam, «intervaladas» por folgas e passeios a Carmona ou às quedas do Duque de Bragança - um excelente destino turístico, para o qual as «berliets» serviam de autocarros.
Os movimentos emancipalistas, esses, no que diz respeito ao Uíge dos Cavaleiros do Norte e «procurando ir estendendo a sua acção ao interior de Angola, abriram delegações em Carmona e, com o decorrer do mês, apareceram secretarias desses movimentos em Quitexe e Vista Alegre», como narra o Livro da Unidade.
A ZA dos Cavaleiros do Norte era, recordemos, principalmente influenciada pela FNLA, de Holden Roberto (o movimento mais implantado, o que tinha «maior incidência» nos povos, como refere o Livro da Unidade), embora «também em alguns casos do MPLA», de Agostinho Neto.
A UNITA poucos militantes por lá teria. Mal se ouvia falar, por aquelas bandas, do movimento liderado por Jonas Savimbi.
Cavaleiros do Norte da 3ª. CCAV. 8423 a controlarem
 incidentes frente à delegação da FNLA do Quitexe, já
 depois de 02/03/1975. À frente, o 1º. cabo Manuel Deus 

Acordo do MPLA

com a UNITA

O dia 15 de Dezembro de 1974 foi de negociações entre o MPLA e a UNITA, através dos respectivos presidentes, Agostinho Neto e Jonas Savimbi, e em Lusaka, a capital da Zâmbia. Pouco se soube desse acordo, assim como das negociações da mesma UNITA com Holden Roberto, presidente da FNLA. Negociações que, num caso e outro e segundo Jonas Savimbi, «decorreram em ambiente mais que fraternal».
O mesmo Jonas Savimbi adiantou, porém, que a Cimeira dos Açores «não seria no dia 18» de Dezembro (daí a três dias), «nem nos Açores». Provavelmente, disse o presidente da UNITA, «será depois do Natal, em data e local a combinar com os três movimentos».
Relativamente ao acordo com o MPLA, negociado em Lusaka, esclareceu Jonas Savimbi que «as suas linhas só serão reveladas num comunicado conjunto que será divulgado dentro de quatro dias».

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