sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

3 619 - Mais 2 furriéis, Natal de 1974 e achamento do Alberto Ferreira

Sete (7) furrieis milicianos da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala,de visita a Eusébio Manuel Martins, em Belmonte,
 a 22 de Junho de 2012. De pé, Manuel Pinto, Eusébio (falecido a 16/04/2014), Mota Viana, Rodrigues. Sen-
 tados: João Dias, Plácido Queirós e Jorge Barreto. O Pinto e o Queirós apresentaram-se no RC4 a 24712/1973

Furriéis Américo Rodrigues e Plácido Queirós,
 ambos da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala. Este,
apresentou-se no RC4 a 24/12/1973. Há 43 anos!

A 23 de Dezembro de 1974, pelo Quitexe e outros chãos do Uíge angolano por onde os Cavaleiros do Norte jornadeavam - por Aldeia Viçosa, por Vista Alegre e Ponte do Dange -, já se cheirava o Natal e alguns indiscretos murmúrios de caserna faziam-nos crer que iríamos consoada «de luxo», com filhoses, rabanadas, bolos, bacalhau e boas carnes e tudo o que era (é) tradição das nossas terras europeias. 
A época era, para todos nós - os milicianos, oficiais, sargentos e praças do BCAV. 8423 -, a primeira de Natal que vivíamos fora das nossas famílias, o que ainda mais nos fazia levedar saudades e nostalgia.
Furriéis José Nascimento e Manuel Pin-
to, num momento «gastronómico» para
a fotografia, no Songo. O Pinto apresen-
 tou-se no RC4, mobilizado, há 43 anos.
O Neto, chegado de férias muito recentemente, tinha sido portador de uma lata de unto da TOBOM, de 5 quilos, redonda e neste caso cheia de rojões, feitos no lume de minha mãe. Aprudentados, fomo-la poupando para que chegasse ao Natal, mas, afinal, não viriam a ser precisos tais cuidados sobre a apetitosa iguaria. Iríamos ter, e tivemos, consoada de luxo!

Pinto e Queirós
no... RC4!

Um ano antes, a 24 de Dezembro de 1973, 
apresentaram-se no Regimento de Cavalaria 4, no campo Militar de Santa Margarida, dois futuros furriéis milicianos da 1ª. CCAV. 8423.
Ordem de Serviço nº. 301/73, do RC4,  com a apresenta-
ção dos furriéis milicianos Plácido Queirós e Manuel Pinto
ERA segunda-feira, véspera de Natal - amanhã se completam 43 anos!!!... - e 
ambos, rodavam do Regimento de Infantaria 8, em Braga, «por terem sido nomeados para o ultramar, com destino à 1ª. CCAV/BCAV. 8423, nos termos d Nota nº. 47000, de 17NOV73, da RSP/DSP/ME».
Manuel Moreira Pinto era de Operações Especiais (Rangers), especializado em Lamego. O Plácido Jorge de Oliveira Guimarães Queirós era atirador de Cavalaria, com curso da respectiva Escola Prática, em Santarém.
Apresentaram-se às 9,30 horas da manhã de Natal de 1973, no RC4 - que era a unidade mobilizadora do BCAV. 8423 - e voltaram no mesmo dia às suas terras. O Pinto, à Tenente Valadim, de Penafiel, morando agora em Paredes, onde trabalha na área automobilística. O Queirós, a S. Victor, em Braga, onde ainda hoje vive, aposentado do sector comercial automóvel.


Alberto dos Santos Ferreira, atirador
 de Cavalaria do PELREC da CCS, a 
17  de Dezembro de 2016, em Almada
Ferreira do «PELREC»
achado em Almada

Alberto dos Santos Ferreira foi Cavaleiro do Norte do PELREC, da CCS e no Quitexe, atirador de Cavalaria sem complexos, garboso e sempre disponível para tudo e mais alguma coisa. Daqueles companheiros que não se esquecem!
Não se esquecem, mas «perdem-se» na voragem do tempo, uns para aqui, outros para acolá, cada qual nos caminhos do seu destino. Dele, do Ferreira, sabíamos morar do outro lado do Tejo (visto de Lisboa) e ainda em Abril deste ano por lá andámos na sua procura, com o condutor Nogueira, da CCAÇ, 209/RI 21, a do Liberato. Sem sorte, porém! 
Alberto Ferreira em 1974 e no Quitexe,
aqui com o 1º. cabo Rodolfo Tomás
A sorte que, afinal e no sábado passado, teve o nosso «ponta de lança» do Liberato, o condutor Nogueira da Costa: a de se pôr a caminho e achar o Alberto dos Santos Ferreira.
O Ferreira, que foi atirador de Cavalaria e também responsável pelo depósito de géneros dos praças, vive na Sobreda da Caparica, em Almada. E de lá foi, quando, integrado no PELREC, voou de Lisboa para Luanda, na CCS do BCAV. 8423. Trabalhava antes da tropa e trabalhou por toda a vida na área da construção civil e, agora já reformado, ainda vai «fazendo uns biscates», para compor o orçamento familiar, ser útil à sociedade e entreter os dias que passam. 
Tudo nas calmas e com a saúde que a vida lhe tem garantido. Nem a sexyyyyynária idade o limita no seu dia a dia de trabalho e de vida. Está em grande forma, o Alberto Ferreira, e nela quer continuar, peso amanhãs que nascerão, com tranquilidade e amor à vida !

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