sexta-feira, 10 de novembro de 2017

3 940 - Calma lá pelo Quitexe, 26 mortos em Luanda!

Três furriéis milicianos no Quitexe: Carvalho, da 3ª. CCAV. 8423 (a de Santa
 Isabel), Viegas, da CCS (a do Quitexe) e um angolano, cujo nome se varreu
da memória e que, na altura, estada adido ao BCAV. 8423. Imagem de 10
 de Outubro de 1974, à porta da messe e bar de sargentos Há 43 anos!


Cavaleiros do Norte do Parque-Auto: Picote, de mãos nas
ancas (que hoje faz 65 anos, em Óbidos», 1º. cabo Teixei-
ra (pintor), Serra, 1º. sargento Aires (de óculos) e alferes
Cruz (de branco). à frente. 1º. cabo Teixeira (estofador)

O dia 10 de Novembro de 1974, há 43 anos, não teve registo especial pelo Quitexe, a não ser - para nosso gosto pessoal - o facto de ser o tempo da imagem que abre este post.
À porta do bar e messe de sargentos da CCS, no Quitexe, está o trio de furriéis milicianos sentado no varandim térreo que dava para a avenida da vila. A falar de qualquer coisa e a bebericar. 
Do Carvalho, que por lá foi furriel mili-
ciano atirador de Cavalaria, sabemos que fez carreira profissional na PSP (principalmente em Santarém) e já está aposentado, vivendo pelas bandas do
Quitexe. A secretaria da CCS, vista da
Estrada do Café, de Luanda a Carmona
Entroncamento. Quanto ao furriel angolano, passou episodicamente pelo Quitexe, julgo que por razões disciplinares, e era muito quezilento. Uma vez, teve de passar a noite no Posto 5! Não nos recordamos do nome, mas há a ideia de que, depois de sair do Quitexe, esteve ligado a um dos movimentos angolanos de libertação.

26 mortos em Luanda: 22 
negros, 3 brancos e 1 militar!

O dia de há 43 anos, um domingo, foi trágico em Luanda: «Um dia completo de violências», relatava o Diário de Lisboa do dia seguinte, dando conta que «até à meia noite registaram-se 25 mortos civis (22 negros e 3 brancos) e um militar, para além de 60 feridos».
O jornal vespertino de Lisboa explicava que «o elevado número de mortos, consequência de uma vaga de banditismo, e não só, não deixa antever próximos dias de tranquilidade, a menos que se entre num caminho de dureza, que se tem evitado».
A onda de violência, ainda segundo o Diário de Lisboa, surgia «na sequência das sucessivas chegadas das delegações da FNLA, MPLA e UNITA» e expectava-se que a cidade «não conhecerá tão cedo o sossego, apesar das patrulhas que percorrem os bairros da periferia e do apelos difundidos pelo almirante Rosa Coutinho e dirigentes dos três movimentos de libertação, agora com delegações oficiais em Luanda».
António Picote
em 2012

Picote, condutor, 65
anos em Óbidos!

O Picote, emblemático condutor da CCS dos Cavaleiros do Norte, está hoje em festa, comemorando 65 anos.
António do Rosário Picote é o seu nome completo e vivia (e vive) no lugar de Casal do Chão, nem por acaso na Rua do Picote, na freguesia de Á-dos-Negros, concelho de Óbidos. Trabalhou na construção civil e, depois, 28 anos (os últimos) na Câmara Muni-
cipal de Óbidos, de que aposentou há precisamente 8, em 2009.
Agora, solteiro e com pouca família directa, faz «uns biscates para entreter» e passeia a reforma com os amigos. Para ele  ai o nosso abraço de parabéns!

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