terça-feira, 21 de novembro de 2017

3 951 - Quitexe em dia de anos, MPLA a apresentar 6 capturados!

Os furriéis milicianos Cruz e Viegas (que hoje faz 65 anos) no separador
 da Avenida do Quitexe, ou Rua de Baixo. Em frente à Messe de Oficiais e Casa
dos Furriéis. à direita, na foto, o Bar dos Praças. A cobertura encostada era
 o espaço onde funcionaram as aulas regimentais   

O furriel Viegas no dia dos seus 22 anos,
de serviço à CCS dos Cavaleiros do Norte,
a 21 de Novembro de 1974, no Quitexe


O dia 21 de Novembro de 1974 foi o dia dos meus (Viegas) viçosos e expectantes 22 anos, comemo-
rados a dois tempos e entre amigos mais pró-
ximos. Tinha de ser.
O dia correu sem quaisquer problemas, no Qui-
texe, estava eu de sargento de dia, e almocei no refeitório, com a malta do PELREC, nesse dia com direito a bónus: caixas de bem cervejas fresquinhas, Cuca´s ou Nocais, não me lembro, Ou talvez Ekas, sei lá se n´Golas! Fosse o que fosse, fresquíssimas da silva. À conta da arca da messe de sargentos.
O dia, gastronomicamente, continuou com uma jantarada no Pacheco, aprimorada pelas mãos
O bar e restaurante Pacheco, o dos
cozinhados de D. Maria do Lázaro
de ouro de Maria Lázaro, a cozinheira do res-taurante, cabo-verdeana e companheira do dono - Josué da Costa Pacheco, de seu nome de baptismo e também  fazendeiro de café em terras uíjanas, perto do Quitexe.
As entradas foram de camarão, um luxo... para o tempo e coisa rara lá por aqueles sítios do norte angolano, mas que lá chegava fresco, sempre fresquinho (quando chegava...), do dia e regado com uns bons canhângulos, antes do velhís-
simo e sempre apetecido bife com batatas fritas e ovo a cavalo. Um pitéu.
Houve bolos, porventura alguns pudins..., a memória já não lembra tudo, e ficámos por lá algum tempo em conversa de saudade das famílias que nos esperavam em Portugal, de que tínhamos saudades imensas! Em fins, e antes de eu regressar ao serviço de dia, whiskye do melhor que havia e tratado a gelo!

Notícia do Diário de Lisboa de 21 de Novembro de 1974,
sobre a situação em  Luanda, capital de Angola

Captura de 5 nativos
pelo MPLA em Luanda

O dia dessa 5ª.-feira de há 43 anos foi tranquilo lá pelo Quitexe, onde os Cavaleiros do Norte continuavam a sua jornada africana de Angola, mas menos pacífico por Luanda - onde o MPLA, segundo reportou o Diário de Lisboa, «apresentou 6 nativos com as mãos atrás das costas, alguns deles feridos», à imprensa internacional. 
Tinham sido «capturados pelas recém-criadas Comissões de Vigilância e entregues ao MPLA» - um deles acusado de assassínio, outro de extorquir dinheiro em nome do MPLA e os restantes de roubos. 
Hermínio Escórcio, dirigente do MPLA, disse que as Comissões de Vigilância tinha pedido o seu fuzilamento e que, quando lhes disse que os ia entregar às autoridades portuguesas (por o MPLA «ainda não ter máquina judicial»), o povo concentrou-se frente à delegação do movimento, em sinal de protesto.
A FNLA, por seu lado, disse estar a proteger «19 pessoas forçadas recentemente a abandonarem os seus lares no Bairro Cazenga». Teriam sido, sublinhou a FNLA, «obrigadas a sair por aderentes armados de um movimento», mas sem especificar qual. Crê-se que o MPLA.

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