sexta-feira, 11 de outubro de 2019

4 839 - A morte, há 14 anos, do furriel sapador Joaquim Farinhas!

Os furriéis milicianos Joaquim Farinhas (sapador), Francisco Neto e Viegas, ambos de
 Operações Especiais (Rangers), no Quitexe, em 1974 e com o Agostinho Papelino, que
 terá falecido há 2 anos!
Os furriéis milicianos Luís Filipe Costa, do Pelotão de
Morteiros 4281, e Joaquim Farinhas, do Pelotão
de Sapadores da CCS do BCAV. 8423

O furriel miliciano Joaquim Augusto Loio Farinhas faria 67 anos a 11 de Outubro de 2019, mas faleceu há precisamente 14 anos, em Amarante, a sua terra natal, vítima de doença cancerosa.
O inesquecível Farinhas chegou a Santa Margarida, por Janeiro/Fevereiro de 1974, com o Mosteias e o Pires, do Montijo, como 1º.s cabos milicianos do Pelotão de Sapadores, comandado pelo (futuro) alferes Jaime Ribeiro. Por lá fizemos (todos) a formação do Batalhão de Cavalaria 8423 (a nossa unidade) e de lá partimos para Angola.
O Farinhas não era homem de muitas falas, era até algo circunspecto, sorumbático, mas de ideias firmes sobre os seus princípios e seguramente um excelente camarada. Um problema disciplinar afastou-o do nosso convívio em Março de 1975. 
Não recordo qual problema foi, mas tenho dele a imagem do companheiro introspecto e melancólico, que de nós escondeu segredos que não nos ajudaram a ajudá-lo, quando terá precisado.
Ao tempo dos últimos tempo do Quitexe, dele recordo uma noite algo constrangida para ambos, estava eu de sargento de dia, matando horas pela madrugada fora. O Farinhas falou da vida dele, muito nervoso e revoltado, fumando, fumando, fumando... e parecia não querer sair de si e do seu constrangimento, fechando os ouvidos ao que lhe dizia, querendo ajudar.
A última vez que falei com ele, ao telefone, foi em 1996, creio eu..., para que participasse no encontro do batalhão. Trabalhava nos Serviços Florestais e, salvo erro, tinha então recentemente voltado dos Estados Unidos. Não participou no encontro. Não quis, dizendo-me que a tropa não lhe dizia nada. 
«Desculpa lá, ó Viegas..., desculpa, pá... és um gajo porreiro!!!...».
Eu desculpei. Obviamente!
Morreu a 14 de Julho de 2005 e hoje, quando faria 67 anos, o recordamos com saudade. Até um dia, caro Farinhas!
Monumento aos mortos na fazenda Liberato

Monumento aos mortos 
na fazenda do Liberato

A meados de Outubro de 1974, ficou a saber-se que, na sequência das políticas determinadas por Lisboa (conducentes à independência de Angola), se iria iniciar a remodelação do dispositivo militar da zona de acção do Batalhão de Cavalaria 8423.
O BCAV. tinha sub-unidades em Zalala (a 1ª. CCAV. 8423), Aldeia Viçosa (2ª. CCAV. 8423) e Santa Isabel (3ª. CCAV. 8423), mais companhias independentes em Vista Alegre (a CCAÇ. 4145) e Fazenda do Liberato (CCAÇ. 209/RI 21), para além do Pelotão de Morteiros 4281 (Quitexe) e Grupos Especiais (GE) no Quitexe (o 217 e o 223), Aldeia Viçosa (222) e Vista Alegre (208).
A CCAÇ. 209, instalada no Liberato seria (e foi) uma das companhias a rodar. 
A CCAÇ. 209/RI 21 regressou a Nova Lisboa a 8 de Novembro e a fazenda por onde jornadearam tantos e tantos militares portugueses, deixou definitivamente de ter guarnição - o que acontecia desde 1961/62. E que guarnição!!!, a última, maioritariamente formada por militares angolanos, que se revoltou e embaraçou os Cavaleiros do Norte do Quitexe.
O Livro da Unidade dedica duas linhas e meia ao acontecimento: «Saliente-se ainda que, em 27SET, na sequência de outros incidentes internos, processaram-se na CCAÇ. 209 graves problemas disciplinares, os quais passaram ao controlo do Comando de Sector do Uíge».
Abílio Duarte

Condutor Abílio Duarte, 66
anos em Baguim de Monte !

O soldado condutor Duarte, Cavaleiro do Norte da CCS do BCAV. 8423, festeja 66 anos a 11 de Outubro de 2019.
Abílio Alberto de Sousa Duarte foi militar  da incorporação de 1974 (nós, os BCAV´s 8423, da de 1973) e não regressou a Portugal com os Cavaleiros do Norte, mas é conviva habitual dos encontros da CCS, sempre bem disposto e feliz pelo prazer de partilhar estes encontros de saudade e memória das terras angolanas.
Natural e residente em Baguim do Monte, freguesia do concelho de Gondomar, para lá e para ele vai o nosso abraço de parabéns.


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