sábado, 26 de outubro de 2019

4 854 - O desarmamento dos milícias do Quitexe! A unidade e frente comum!

Carmona, agora cidade do Uíge, a 25 de Setembro de 2019. O edifício que foi do Comando da Zona Militar
 Norte e do Comando do Sector do Uíge (CSU), na praça dos serviços públicos - Câmara. Tribunal e CTT.
Agora é o Tribunal Militar Provincial
O pequeno lago do jardim do Quitexe, a 24 de Setembro
de 2019. Ao fundo, o edifício (colonial) da Administração

O Quitexe foi, a 26 de Outubro de 1974, há precisamente 45 anos, anfitrião de uma reunião com todos os regedores, as quais, segundo o Livro da Unidade, «foi feito ver a necessidade de entregarem o armamento das milícias».
O processo, como já por aqui lembrámos,  começara a processar-se 5 dias antes (a 21), mas «não teve boa aceitação, por parte dos povos», nomeadamente das áreas do Quitexe e Vista Alegre.
Os regedores eram uma autoridade local, que dispunha de milícias, formadas por homens válidos, alguns dos quais tinham cumprido serviço militar e estavam armados com espingardas de repetição. Funcionavam  como organização de alerta e auto-defesa das aldeias (sanzalas) e não custa compreender os seus receios em entregar as armas: ficavam indefesos ante os próximos senhores do poder, que eles tinham combatido, sob a bandeira de Portugal.
O desarmamento, mesmo assim (e depois de algumas dúvidas e pequenos incidentes), começou voluntariamente, a partir de 28 de Outubro de 1974.
Notícia do Diário de Lisboa

Esforços para a unidade 
e uma frente comum!

O mesmo dia, em Luanda, foi tempo para Agostinho Neto declarar ao jornal «O Comércio» que «temos feio esforços para a unidade e acredito que chegaremos ao momento em que todos nos uniremos uma frente comum para a independência do nosso país».
«O nosso desejo é sempre de colaborar com todas as forças patrióticas», acrescentou Agostinho Neto, negando, todavia, ter-se encontrado com Jonas Savimbi, presidente da UNITA. E dele não tinha a melhor opinião.
«Estamos a estudar o problema da UNITA, pois existem graves acusações sobre o seu presidente, feitas até por militares», disse Agostinho Neto, sem dizer quais mas garantindo, noutra perspectiva, que «não haverá represálias contra os europeus residentes em Angola».
«Não pode é - disse Agostinho Neto - é continuar a viver no país um grupo de privilegiados, como até aqui». Precisa, sublinhou o presidente do MPLA, de «verificar-se maior justiça em todos os sectores».
O sargento enfermeiro Manuel Eira, com
uma sua fotografia de militar na mão

Eira, sargento enfermeiro, 
76 anos em Vila Real !

O então 2º. sargento Eira, que foi Cavaleiro do Norte da 2ª. CCAV. 8423, festeja 76 anos a 26 de Outubro de 2019.
Manuel Alcides da Costa Eira apresentou-se em Aldeia Viçosa já em Abril de 1975. Cumprira, como furriel miliciano, a sua primeira comissão em Moçambique, de 1965 a 1968! Voltou a África, mas a Angola, em 1971, cumprindo a segunda comissão! E a Angola voltou,em 1975, para a 2ª. CCAV. 8423. Por brevíssimos dias em Aldeia Viçosa, até que, a 26 de Abril, a companhia rodou para Carmona. Aqui, no BC12, inventariou a farmácia do aquartelamento e com a 2ª. CCAV. viajou para Luanda, a 4 de Agosto, integrando a épica coluna militar desses dificílimos dias.
Já em Portugal, entrou para a Escola Prática de Polícia, em Torres Novas, onde, sempre como enfermeiro, esteve durante mais de 20  anos, até à reforma - agora morando em Vila Real. Está hoje em festa de anos. Parabéns!
  

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