domingo, 12 de novembro de 2017

3 578 - O segundo dia do país novo, a Angola independente!!!

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 Cavaleiros do Norte da CCS na parada do Quitexe. Atrás, de pé, José Rebelo (?), Wilson Moreira (?), furriéis Mosteias /de cabelo rapado), Neto (de bigode), José Pires e Rocha (de boina), dra. Graciete 
Hermida, NN, alferes Hermida (de bigode e quico) e... Os três últimos da direita são os 1ºs. cabos Pires
(Fecho-eclair, mais atrás), Oliveira (de boina e braços esticados) e o Couto Soares (de quico). Na segunda fila,
Madaleno, um sapador (?), Luciano, Silva (rádio-montador) , 1ºs. cabos Coelho (Buraquinho)  e Gomes (à
 civil) e... quemos identifica? À frente, 1º. cabo Florindo (de pernas para a frente) e Costa (?, rádio-telegra-
fista), NN, Cabrita, NN, furriel Cândido Pires e... quem é? Quem ajuda a identificar os não identificados?

 





O dia 12 de O dia 12 de Novembro de 1975, por terras de Angola, foi de evidente euforia, pela festa da anunciada e proclamada independência. Era 4ª.-feira e a imprensa portuguesa, muito naturalmente, deu grande destaque ao memorável momento da história angolana. «Angola no top mundial || Governo MPLA talvez amanhã ||| Lúcio Lara 1º. Ministro ||| Mário de Andrade provável nos Negócios Estrangeiros», antetitulava, titulava e subtitulava o Diário de Lisboa.
O Comité Central do MPLA estava reunido e preparava a formação do «primeiro Governo a Angola independente», que poderia ser «anunciado amanhã ou depois». Falava-se de vários nomes: Lúcio Lara (para 1º. Ministro), Garcia Neto ou Lopo do Nascimento (Negócios Estrangeiros), Iko Carreira (Defesa), Carlos Rocha (Coordenação Económica), David Bernardino (Saúde) e Rui Monteiro (Informação). 

Continuavam combates, em várias frentes, ou como, escrevia o Diário de Lisboa, «onde a luta nunca cessou». Vistas pelo lado do MPLA, em Cabinda «regista(va)-se o rechaçar de mais um tentativa agressora da FLEC, que teve de bater em retirada». A sul, «a situação mantém-se indecisa» e combatia-se em Balabaia, a sul de Novo Redondo. Toda a frente estava a «ser reforçada pelas FAPLA, no intuito de se oporem ao avanço das forças reaccionárias».
A Frente Norte - a que mais «interessava» aos Cavaleiros do Norte, já então com dois meses de Portugal, depois  do regresso... -, registava «avanço da FAPLA na chamada «rota do café», tendo tomado Porto Piri, Úcua e Quibaxe». A caminho das terras do Uíge, de onde tínhamos saído três meses antes. 
A independência de Angola (a do MPLA) já estava reconhecida por 17 países: Brasil (o primeiro), União Soviética, Cuba, República Popular do Congo,  Moçambique, Guiné-Bissau, S. Tomé e Príncipe (três ex-colónias portuguesas), Guiné-Conakri, Mauritânia, Hungria e República Alemã, Mali, Jugoslávia e Etiópia, Checolováquia, Bulgária e Roménia.
O Diário de Lisboa precisava que «nenhum paí
s da Europa capitalista, incluindo os escandinavos, anunciou até agora o reconhecimento do jovem república africana, seguindo, assim, a linha dos Estados Unidos, que preconizam o não reconhecimento até uma reconciliação (impossível) entre os três movimentos».

Quanto aos países africanos, o mesmo Diário de Lisboa reportava que o seu silêncio se devia «a pressões do bloco capitalista da CEE», por um lado, e, por outro, «às manobras divisionistas da República Popular da China que, face à derrota evidente do seu «protegido», a FNLA, recusa o reconhecimento da República Popular de Angola».
Relativamente às proclamações de «independência fantoche» da FNLA e da UNITA, não tinham sido reconhecidas «por qualquer país».

Portugal, ao tempo, não reconheceu qualquer delas e a Assembleia Constituinte, a 11 de Novembro de 1975, consagrou o tempo de antes da ordem do dia à independência de Angola, com intervenções de Mota Pinto (PSD), Sá Machado (CDS), Bento Azevedo (PS), Galvão de Melo (independente, próximo do CDS) e Vital Moreira (PCP).

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