quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

4 940 - Assinatura do Acordo do Alvor! O comandante Craveiro Lopes!

O discurso final do Presidente da República, Costa Gomes na Cimeira do Alvor, há
 precisamente 45 anos: «A partir de agora, vós e os vossos movimentos estão colocados
perante um desafio duplo (...)», disse o general
Francisco Craveiro Lopes, Presidente da Repú-
blica, e o filho, João Carlos Craveiro Lopes, que,
 a 16 de Janeiro de 1974, era coronel e tomou
posse como comandante do RC4

O BCAV 8423 teve «a primeira aparição pública, como unidade constituída», a 16 de Janeiro de 1974, há 46 anos, quando participou na cerimónia de posse do novo comandante do RC4, o coronel Craveiro Lopes, que era filho do marechal do mesmo nome, antigo Presidente da República.
Oficial de Cavalaria, já desde 26 de Dezembro de 1973 que era comandante do RC4 e foi substituído a 6 de Maio de 1974, pelo coronel Luís Maria de Sousa Campeão Gouveia. Revelou-se um comandante exigente, áspero até algumas vezes, e muito disciplinador. Uma vez, um grupo de 1ºs. cabos milicianos do BCAV. 8423 deslocava-se do Destacamento para o RC4 quando, vendo-o na porta d´armas, desviaram-se para o lado da capela, passando frente ao cinema, para não terem de lhe fazer continência - «coisa» muito habitual nesse tempo. A falta «baldava-se» para não se ter de bater paladas aos quadros superiores. 
Coronel Craveiro Lopes, coman-
dante do RC4, há 46 anos
O coronel e comandante reparou nisso e mandou-os chamar por um dos homens do reforço e passou-lhes «sermão e missa cantada», lembrando-lhes, muito austero e severo, os deveres militares a cumprir.
O BCAV. 8423, na cerimónia de posse do novo comandante, apresentou-se garboso na formatura e com garbo desfilou ante o novo comandante e oficiais do Regimento. A força dos futuros Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, julgamos saber, era comandada pelo (futuro) alferes miliciano António Manuel Garcia, de Operações Especiais (os Rangers). 
Os oficiais mais destacados e já então colocados no BCAV. 8423 não eram muitos (o comandante e pouco mais) e estavam numa tribuna, perto do coronel Craveiro Lopes e de outros oficiais do Regimento de Cavalaria nº. 4 (o RC4, a nossa unidade mobilizadora) e da Região Militar de Tomar.
Primeira página do Diário de 
Lisboa de 16 de Janeiro de 1975, 
com a notícia da Cimeira
 do Alvor

O Acordo do Alvor e
a esperança d´Angola!

Um ano depois, a 15 de Janeiro de 1975, Portugal e os três movimentos de libertação assinaram o histórico acordo do Alvor, que abria portas para a independência de Angola.
«A partir de agora, vós e os vossos movimentos, estão colocados perante um desafio duplo. É a esperança de todos os angolanos a exigir que homens e partidos, apesar das diferenças sociais, filosóficas e políticas, saibam encontrar soluções angolanas autênticas, baseadas na capacidade de diálogo, no espírito de cooperação e na boa vontade de servir o vosso país», disse o Presidente Costa Gomes, no encerramento e dirigindo-se aos dirigentes do MPLA, da FNLA e da UNITA que participaram na Cimeira do Alvor.
O presidente do MPLA interveio em nome dos três movimentos de libertação: «Aqui, as pretensões dos colonialistas ficaram enterradas para sempre», disse Agostinho Neto, acrescentando que «afastado o obstáculo do colonialismo, nem o povo português nem o povo angolano desejarão recuar na sua transformação progressiva, para uma nova definição do homem na sociedade».
«A dinâmica da vida - acrescentou o presidente do MPLA - só nos pode conduzir a um destino. O destino do progresso. Se recuarmos, o processo em Portugal e em Angola, este importante acordo, hoje selado, pelo estabelecimento das relações justas entre os nossos povos, romper-se-á inevitavelmente».
O dia confirmou que o almirante Rosa Coutinho deixava o Alto Comissariado e seria substituído pelo brigadeiro Silva Cardoso. Jonas Savimbi, presidente da UNITA e na véspera, voou nos Transportes Aéreos de Angola (TAAG) para Luanda e Agostinho Neto para Lisboa e depois para o Porto (num avião da Força Aérea Portuguesa). Holden Robert, presidente da FNLA, seguiu para Kinshasa, a capital do Zaire de Mobutu.


Ferreira, apontador 
de morteiros médios,
em festa dos 68 anos!

O 1º. cabo Ferreira, apontador de morteiros médios da 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Santa Isabel, festeja 68 anos a 17 de Janeiro de 2020.
José Agostinho da Silva Ferreira, de seu nome completo, é natural de Vila Chã, da minhota freguesia de Santo Estevão de Briteiros, município de Guimarães, e lá voltou a 11 de Setembro de 1975, quando os Cavaleiros do Norte da 3ª. CCAV. 8423 regressaram a Portugal.
Lá reside e para lá vai o nosso abraço de parabéns, pelos 68 anos que amanhã celebrará em família. Parabéns!

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