terça-feira, 1 de junho de 2021

5 449 - O primeiro dia, há 46 anos, dos sangrentos combates de Carmona e do Uíge de 1975!

A chegada de civis à parada do BC12. em Carmona, recolhidos na cidade e
protegidos pelos Cavaleiros de Norte do BCAV. 8423. Chegaram a estar,
simultâneamente, mais de 1000 populares de todas raças e cores

O 1º. cabo Emanuel Miranda Santos com um grupo de
crianças uíjanas, há 42 anos refugiadas na parada
do BC 12, em Carmona e depois de recolhidas pelos
 Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423


A madrugada de 1 de Junho de 1975, um domingo e em Carmona e no Uíge, acordou ao som da metralha, ao cheiro do sangue e da morte: foi o primeiro dia dos dramáticos que enlutaram a cidade a á prova puseram a capacidade e coragem dos Cavaleiros do Note do BCAV. 8423.
Os  combates da capital do Uíge rapidamente chegaram à imprensa portuguesa e o Diário de Lisboa de 2 de Junho de 1975 reportou que «graves incidentes estalaram ontem em Carmona, entre tropas do MPLA e da FNLA, obrigando à intervenção, até agora sem êxito, de uma equipa militar mista composta por forças integradas dos três movimentos de libertação».
O Diário de Lisboa de 2 de Junho de 1975, há
46 anos, reportou os combates de Carmona 
entre as forças da FNLA e do MPLA
«A insuficiência desta equipa e o recrudescimento das confrontações armadas determinou uma ordem de marcha , emitida esta manhã, para que segunda força militar integrada siga para Carmona e domine a situação», relatava o vespertino de Lisboa.
Há aqui um qualquer equívoco: não me lembro que qualquer força integrada agisse nesses dias de confrontos, nem noutros, entre o MPLA e a FNLA. A 1 de Junho as Forças Integradas - as Forças Militares Mistas - «desintegraram-se», cada membro de cada movimento pôs-se em armas contra o outro. É esta a memória que tenho e a de todos os companheiros que hoje consultei, sobre o assunto.
O livro «História da Unidade», sobre este dramático período, sublinha que as NT «procuraram minimizar o conflito, procurando o seu términus rápido e diligenciando por limitar os seus efeitos». Não faz nenhuma referência a qualquer reforço das NT e muito menos da chegada de qualquer Força Integrada.
Os furriéis milicianos Carlos Letras e
Abel Mourato nas piscinas de Carmona
Abel Mourato

Furriel Abel Mourato
faleceu há um ano !

O furriel miliciano Mourato, da 2ª. CCAV. 8423 faleceu a 2 de Junho de 2020, vítima de doença e em Vila Viçosa.
Abel Maria Ribeiro Mourato foi vagomestre de especialidade militar e partiu para Angola a 4 de Junho de 1974 e de lá regressou a 10 de Setembro de 1975, por lá sendo um bom companheiro de todos os Cavaleiros do Norte do Batalhão de Cavalaria 8423.
Nascido a 24 de Janeiro de 1952, fez carreira profissional como funcionário público da administração fiscal e residia em Vila Viçosa, quando, já aposentado, sentiu dores na cervical e artroses, entrando em ciclo depressivo. A 27 de Maio, foi internado em hospital, tendo-lhe sido diagnosticados problemas de tensão alta, dificuldades de oxigenação e embolia pulmonar.
Casado em segundas núpcias com Manuela, era pai de Marta, de 19 anos. E de Nuno Miguel, de 42 e do primeiro casamento.
Até um destes dias, amigo Mourato!



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