segunda-feira, 16 de agosto de 2021

5 523 - Caças-bombardeiros «Mirage» no Negage? Cavaleiros do Norte do Bairro do Saneamento !

 

Cavaleiros do Norte da 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel. Reconhecem-se
o 1º. sargento Francisco Marchã (o 5º., de pé e de camisola de cavas),
seguido furriel miliciano Agostinho  Belo (6º.) e o 1º. cabo Simões (1º., á
direita e de pé). Quem identifica os outros
Notícia do Diário de Lisboa de 16 de Agosto
de 1975, sobre a situação militar em Angola
e em particular do Uíge

A 16 de Agosto de 1975, já lá vão 46 anos, suspeitava-se em Luanda que a base aérea do Negage estaria a ser usada para escala de aeronaves estrangeiras, lá aprovisionando material para um eventual ataque aéreo da FNLA a Luanda.
«Segundo consta, entre os aviões que escalam o Negage encontrar-se-ão alguns «Skymaster», que estarão a proceder ao transporte de material de guerra para a FNLA», admitia o Diário de Lisboa desse dia de há 46 anos, dando ainda como certa «a presença de caça-bombardeiros «Mirage» naquela base do Uíge», que fica(va) muito perto de Carmona e deixada pelos portugueses a 4 de Agosto - menos de duas semanas antes.
Tais suspeições deixavam intuir o iminente ataque aéreo da FNLA a Luanda. Ou pelo menos, adiantava o Diário de Lisboa, «o apoio aéreo a uma possível tentativa para fazer avançar sobre Luanda, a partir do Caxito, as forças da FNLA», que ali estavam ia para um mês, numa «situação de impasse».
Os Cavaleiros do Norte, em situação de «unidade reserva da RMA» e chamados para incidentes pontuais - como fora, durante vários dias, os combates do Bairro do Saneamento - continuavam a aquartelados nas instalações do já extinto Batalhão de Intendência de Angola (BIA), no Grafanil. A aguardar o ansiado regresso a Portugal!
O capitão médico
miliciano M. Leal


Comandante e médico dos Cavaleiros
do Norte na Fazenda Guerra !

Um ano antes, o comandante Almeida e Brito visitou a Fazenda Guerra, nos arredores do Quitexe, com escolta do PELREC e para contactos com os gerentes e trabalhadores.
Estas visitas tinham natureza operacional e social e eram, normalmente, complementadas com a deslocação do capitão miliciano médico Manuel Leal - que lá procedia a consultas e distribuía medicamentos. 
O capitão miliciano médico Leal faleceu a 10 de Abril de 2020, na Póvoa do Varzim, aos 91 anos. Faria 92 a 3 de Outubro seguinte. Hoje, aqui o recordamos com saudade!
O dia 16 de Agosto de 1974, em termos do BCAV. 8423, assinalou também o encerramento da operação de remodelação do dispositivo militar - iniciado dois dias antes (a 14) e com o objectivo de «garantir a segurança dos centros urbanos e itinerários».
O 1º. cabo F. Simões

O suicídio do 1º. cabo
Fernando Simões !

O 1º. cabo Fernando Martins Simões, da 3ª. CCAV. 8423, faleceu há 23 anos! Suicidou-se, por enforcamento, a 17 de Agosto de 1998. Tinha (quase) 46 anos, que faria a 2 de Setembro seguinte!!
Cavaleiro do Norte da Fazenda Santa Isabel e 
apontador de metralhadoras de espacialidade militar, o Simões fez a sua jornada de África pela mítica fazenda de Santa Isabel e, depois, com toda a 3ª. CCAV. 8423, aquartelou com a CCS, no Quitexe e mais tarde em Carmona.
Regressou a Portugal a 11 de Setembro de 1975, ao Lourinhal, em Penacova. Fez vida profissional como motorista e casou com Maria Esmeralda Gomes Cruz. Zaida da Cruz Martins, sua única filha, foi quem, há 7 anos, nos deu notícia da trágica morte do nosso companheiro da jornada africana do Uíge angolano.
É para ela e a senhora sua mãe que vai o nosso abraço solidário, em memória deste nosso inesquecível bom companheiro da campanha militar em Angola! RIP!!!

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