terça-feira, 16 de novembro de 2021

5 615 - A desactivação dos GE (Grupo Especiais)! O problema do Enclave de Cabinda !

Os furriéis milicianos Francisco Neto e Viegas, responsáveis,  com
 Miguel Peres dos Santos, dos GE 217 e 223, da CCS e no Quitexe

Furriéis milicianos Viegas e Miguel,
responsáveis, com Neto, pelos
 GE´s 217 e 223 do Quitexe
 



BCAV. 8423, com comando aquart
elado na vila do Quitexe, tinha adidos vários Grupos Especiais (GE), uma força irregular formada por voluntários africanos da etnia local, que opera
vam como subunidades locais do Exército Português. 
Angola, no seu auge operacional, teve 99 grupos de GE, cada um com 31 homens, mais um menos um, que operavam concertadamente e sob comando das tropas portuguesas.
Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 tinham 4 grupos: o GE 217 e o GE 223 (adidos à CCS do capitão António Martins Oliveira, no Quitexe), o GE 222, em Aldeia Viçosa (2ª. CCAV. 8423, a do capitão miliciano José Manuel Cruz) e o GE 208, em Vista Alegre (CCAÇ. 4145, a do capitão miliciano Raúl Corte Real).
Outras forças irregulares a actuar em Angola e sob dependência das FA, eram a Organização Provincial de Voluntários de Defesa Civil de Angola (OPVDCA), as Forças Aéreas Voluntárias (milícia aérea), a Guarda Rural (auxiliar da PSP), as Tropas Especiais (TE, ver abaixo), os Fiéis Catangueses (exilados do Zaire), os Leais Zambianos (exilados da Zâmbia) e os Flechas (força paramilitar da PIDE/DGS).
 
Grupos Especiais, força 
irregular formadas por 
voluntários africanos
Desactivação oficial dos
«GE´s» do BCAV. 8423

Aos tempos de há 47 anos, por meados de Novembro de 1974, estava em marcha a desactivação dos 4 Grupos Especiais (GE´s) do BCAV. 8423. 
Os do Quitexe, operavam sob comando directo dos furriéis milicianos milicianos Miguel Peres dos Santos (paraquedista então temporariamente colocado na CCS), Viegas e Neto, ambos de Operações Especiais (Rangers). 
«A ineficiência que se vinha verificando e a sua desnecessária existência levaram os escalões superiores a prever a sua desactivação», reporta o livro «História da Unidade», quanto ao mês de Novembro e a esta força irregular que tantas dores de cabeça por lá nos deu, não só em operações como no seu dia-a-dia, no geral  demasiadamente indisciplinado.
A memória faz-nos recordar dois dos seus chefes: o João Quatorze e o João Bernardo. Este, que se ufanava de ter filhos a estudar no Estoril, viemos a encontrá-lo (eu e o Neto) em Luanda, já em Agosto de 1975 e como capitão do MPLA, na Avenida D. João II, perto da Messe da Combatentes.  
«Subi nos vida..., suuuubiiii nos vida», disse-nos ele, em sotaque caracterís-
tico da sua etnia e de olhos a brilhar de alegria, a apontar para os galões de capitão, que reluziam ao sol angolano e o tornaram comandante do MPLA.
O que será feito deles?
O Diário de Lisboa de 16 de
Novembro de 1974 falava
do problema de Cabinda

O problema do
Enclave de Cabinda

Angola, ao tempo, continuava com o delicado problema da (não) independência de Cabinda em jogo e repetiam-se incidentes no Enclave. 
O Diário de Lisboa de 16 de Novembro de 1974 titulava, em primeira página, que «Há banditismo e não guerrilha em Cabinda», adiantando que as Forças Armadas Portuguesas estavam a levar a cabo «uma operação para desalojar um grupo armado, denominado FLEC».
O jornal citava o presidente da Junta Governativa, o almirante Rosa Coutinho, à sua chegada a Luanda, precisamente oriundo de Cabinda, frisando que «é obrigação das Forças Armadas garantir a integridade do território, durante o processo de independência». Disse mais, Rosa Coutinho: disse «serem inadmissíveis as exigências formuladas pela FLEC e pelos TE, que mantém em seu poder vários reféns».
FLEC, entenda-se Frente de Libertação do Enclave de Cabinda. Por TE, Tropas Especiais, força inicialmente formada por 1 200 guerrilheiros que se desagregou da UPA (FNLA, movimento independentista) e passaram a combater por Portugal. Operavam em Cabinda e Norte de Angola e chegaram a atingir um pico de 2 000 efectivos, organizados em 4 batalhões de 16 grupos de combate, cada qual com 31 homens.
Maria dos Anjos e
 João Jerónimo Rito


Maria dos Anjos Jerónimo, 69
anos em Castelo Branco !


A albicastrense Maria dos Anos Jerónimo, viúva de João Rito, Cavaleiro do Norte da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa, festeja 69 anos a 16 de Novembro de 2021.
João Jerónimo Rito, atirador de Cavalaria de especialidade militar e companheiro da nossa jornada africana, ele por terras de Aldeia Viçosa e Carmona, e faleceu 1 de Março de 2016, já lá vão mais de 5 amos.
Um ano antes, a vida pregara-lhes dura partida: a morte de um filho, de 37 anos - vítima de acidente.
Maria dos Anjos, em honra e memória de seu marido,  continuou a participar nos encontros dos Cavaleiros do Norte de Aldeia Viçosa e, hoje e aqui, com abraço solidário, lhe deixamos um outro: o de parabéns!
Tempos uíjanos dos irmãos
Cocenas da Silva: Eduardo
(que hoje festeja 69 anos)
Adelaide (Lai-Lai) e Rosa
Eduardo Silva e a sobrinha
Lucília, filha de Lai-Lai


Eduardo de Luísa Maria,
69 anos de boas cenas !

O engenheiro Eduardo Cocenas da Silva faz hoje 69 anos.
Lembram-se dele? Era filho do saudoso
 Eduardo Bento da Silva, que foi gerente da mítica Fazenda Luísa Maria,
Ainda criança, quase de colo, chegou em 1956 à fazenda uíjana, ido de Condeixa e com a irmã Rosa Maria e a que se «juntou» Adelaide (a Lail-Lai que os Cavaleiros do Norte conheceram por 1974/1975). Estudou em Luanda (na Escola Industrial de Comercial) e, regressado a Portugal, licenciou-se em engenharia electrónica no Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC).
Aposentado, foi profissional no Complexo Industrial de Sines e divide o seu tempo de agora entre o «bem-bom» das terras de S. João da Talha (onde reside) e a Inglaterra, onde moram o filho, a nora e o neto. 
Parabéns! 

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