domingo, 21 de novembro de 2021

5 619 - A ocupação da Vista Alegre e Ponte do Dange,! Camião atascado na saída de Zalala!

Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, a recuperar um Unimog. Reconhecem-se,
milicianos, os furriéis Manuel Dias (mecânico) e Plácido Queirós (atirador de Cavalaria) e
 o alferes Carlos Sampaio (atirador de Cavalaria). Quem serão os outros dois militares
militares, o de cigarro na boca e o da direita?

O 1º. cabo Carlos Ferreira com civis de Vista Alegre,
à porta do depósito de material de guerra da
 1ª. CCAV. 8423

Os Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, estavam, há 47 anos, a preparar a sua rotação para Vista Alegre e Ponte do Dange - onde iriam ocupar as instalações onde desde 1 de Abril de 1973 se aquartelava a CCAÇ: 4145/72. 
A 20 de Novembro de 1974, de lá saiu a CCAÇ. 4145/74, que lá chegara na véspera, e «tornando-se necessária a ocupação da Vista Alegre e Ponte do Dange, 
previamente teve início a rotação da 1ª. CCAV. para estes locais», como relata o livro «História da Unidade».
A CCAÇ. 4145/72 já tinha «guia de marcha» para Luanda e a rotação do dispositivo militar português implicava a «ocupação» daqueles dois pontos nevrálgicos da Estrada do Café, entre Luanda e Carmona. Nesse dia 21 de Novembro de 1974, a 4145/72 foi visitada pelo capitão José Paulo Falcão, que interinamente comandava o BCAV. 8423 - nas férias do comandante Almeida e Brito.
O 1º. cabo Jorge Silva, da 1ª CCAV.
 8423, em Vista Alegre e com
um elemento da FNLA


Camião atascado
na saída de Zalala!

A 21 do mesmo mês de Novembro, uma quinta-feira e ainda segundo o HdU, «começou a processar-se» a rotação da 1ª. CCAV. 8423, que era comandada pelo capitão miliciano Castro Dias. 
O dia é recordado pelo 1º. cabo Carlos Alberto Ferreira (agora em Moçambique), que lá foi mecânico de armamento ligeiro e guarda do depósito de armamento: «O primeiro camião civil a sair, antes da Companhia, foi com toda a minha tralha, armamento, munições, ferramentas, panelas, etc., numa noite de tem-pestade. Penso que apenas eu ia armado, o motorista era civil e um soldado africano ia à boleia para Luanda, de férias, e que desertou com arma e tudo».
«Ainda não tínhamos saído da fazenda e o camião enterrou-se, devido à chuva intensa. Pedimos ajuda via rádio, veio o furriel Dias, sempre ele, com macacos e pás, apenas o via a ele, no meio da lama e da escuridão, tendo após mais ou menos 2 horas desatolado o carro», recorda-se o Carlos Ferreira, acrescentan-
do que «cheguei cerca das 3 horas da madrugada a Vista Alegra, sem saber onde descarregar o material».
Mais acidente menos incidente, estava em marcha o adeus definitivo das Forças Armadas Portuguesas à mítica Fazenda Zalala! «Ocupada» desde 1961!
Notícia do Diário de Lisboa de 21 de Novembro de 1974

MPLA recusa fuzilamentos
e FNLA protege 19 populares!

O dia 21 de Novembro de 1974, pelas bandas de Luanda, foi tempo de o MPLA apresentar 6 homens, de mãos atadas atrás das costas - um deles acusado de assassínio. Outro teria extorquido dinheiro em nome do MPLA e os restantes de roubos - todos detidos pelas (suas)
Comissões de Vigilância dos musseques, onde se apresentavam co-
mo militantes do movimento de Agostinho Neto.
As ditas Comissões de Vigilância pediram o fuzilamento dos seis, mas Hermínio Escórcio, dirigente do MPLA, disse que iriam ser entregues às autoridades portuguesas. O que não aconteceu, porque com tal não concorda-
ram os mais de 2000 africanos que se concentraram junto à sede do MPLA - onde continuaram detidos os 6 homens.
A FNLA, por seu lado, denunciou que 19 populares do Bairro Residencial do Catambor, em Luanda, tinham sido obrigados a abandonar as suas casas, por elementos armados de um movimento rival, cujo nome não quis revelar.
Um comunicado militar português do tempo, entretanto, anunciou a morte de um africano e ferimentos em dois africanos e dois brancos, no decorrer de incidentes com armas de fogo nos dias anteriores.

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