domingo, 29 de janeiro de 2023

7 062 - 4 364 - BCAV. 8423 expectante e confiante, em vésperas do Governo de Transição! Os inimigos da independência!

O furriel miliciano Américo Rodrigues, Cavaleiro do Norte  da 1ª. CCAV. 84233, a de Zalala, mas aqui,
 há 48 anos, já em Vista Alegre, com um quarteto de combatentes da FNLA, num tempo em que a guerra
deu lugar à paz e se preparava o nascimento de um pais novo
Momento «inovação» do look capilar dos furriéis milicianos
 Américo Rodrigues, Eusébio Martins, Jorge Barata (os três
 já falecidos) Plácido Queirós, todos Cavaleiros do Norte da
1ª. CCAV. 8423, a de Zalala


Os dias de Janeiro de 1975 caminhavam para o fim e cada vez mais se expectava sobre o dia 31, que seria (e foi) o da tomada de posse do Governo de Transição de Angola - a caminho da independência! 
Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, sempre garbosos e sem medos, cumpriam a sua missão por terras uíjanas e cada vez mais se aproximavam dos combatentes dos movimentos de libertação - inimigos dos ontens que faziam os seus 6 meses anteriores. 
Os tempos eram de «enterrar» a guerra, esquecê-la!..., e semear a paz que todos queriam!
O Quitexe, onde se aquartelavam a CCS e a 3ª. CCAV. 8423 (rodada da Fazenda Santa Isabel), Vila Viçosa (onde estava a 2ª. CCAV. 8423) e Vista Alegre e Ponte do Dange (para onde tinham rodado os Cavaleiros do Norte de Zalala), iam recebendo os combatentes, principalmente da FNLA, de braços abertos e sem ódios ou magoas para carpir.
Todos, sem excepção, tinham a noção absoluta do invulgar momento que se vivia - o momento histórico da construção de um novo país! E todos os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 estavam conscientes da importância do seu papel, valesse isso os sacrifícios que valessem. E alguns tiveram, enfrentados, porém, sem medos, garbosa e corajosamente.

O furriel Américo Rodrigues e dois
combatentes da FNLA, em Vista Alegre
e há 48 anos!

Cavaleiros de Zalala com
combatentes angolanos!


O furriel Américo Rodrigues, saudoso combatente dos Cavaleiros do Norte de Zalala - que de nós partiu a 30 de Agosto de 2018 e hoje lembramos -, estava há 48 anos já em Vista Alegre e lembrou-nos, há alguns anos, que «os primeiros contactos “amigáveis” com elementos da FNLA já tinham acontecido em Zalala».
«Eles e os seus familiares procuravam intensamente a enfermaria, em busca de remédios para cura de um interminável número de doenças que nem eles sabiam definir», contou-nos o saudoso e inesquecível Rodrigues, que foi inestimável colaborador deste blogue.
Já em Vista Alegre, recordou o Rodrigues, em crónica que escreveu em 2011, «já eram bastantes, mas não eram tão genuínos, nem comparados com os de Zalala».
«Provavelmente recrutadas à última da hora, já apareciam em grupos e com «fardas» e melhor armamento. Como nesse tempo ainda não existia a presença dos outros movimentos, o MPLA e UNITA, ou era muito reduzida, as escaramuças a valer foram mais tarde como sabes reservadas para o palco de Carmona. Pelos nossos lados, tudo correu bem», concluiu o Américo Rodrigues, falando dos tempos de há 48/49 anos, da nossa jornada africana do Uíge angolano.
Notícia do Diário de Lisboa de 29/01/1975, há
48 anos e sobre a situação política angolana

Os inimigos da
independência! 


O dia 29 de Janeiro de 1975 foi uma quarta-feira e, a apenas dois dias da tomada de posse do Governo de Transição de Angola, Luanda acordou com «agitadores, a soldo não se sabe de quem», que, noticiava o «Diário de Lisboa» dessa tarde, «andam pelos subúrbios a incitar a população a provocar distúrbios no dia 31 de Janeiro, data da tomada de posse do Governo de Transição que há-de levar Angola à independência total».
O MPLA, sobre isso, emitiu um comunicado a alertar os seus «militantes e simpatizantes no sentido de denunciarem os agitadores que consigam identificar», ao mesmo tempo que os aconselhava «a não se deixarem arrastar por manobras que poderão desprestigiar o movimento».
Jonas Savimbi, presidente da UNITA e na sua triunfal chegada a Nova Lisboa, também abordou a questão, associando-a a «um possível golpe de Estado em Portugal», frisando que «há forças que se prepararam, ainda, em Portugal, para prepararem um contra-golpe e quiçá denunciarem os acordos concluídos entre os movimentos de libertação e Portugal sobre Angola».
«Há ainda inimigos da nossa independência, que trabalham dia e noite», sublinhou Jonas Savimbi.
Assim iam os tempos angolanos e portugueses da há 48 anos!
As

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