terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

7 078 - A bravura da 3ª. CCAV. 8423 no Quitexe! Sedes destruídas e corpos mutilados e degolados !

Uma das avionetas portuguesas que, há 48 anos, evacuou da pista do Quitexe e para Luanda, os
feridos dos violentos combates entre a FNLA e a UNITA, que ocorreram na vila quitexana. As Forças  

Armadas Portuguesas, pelas terras do Uíge angolano, foram imparciais e solidárias. À esquerda,
 o 1º. cabo Deus e o soldado José Novo 
O alferes miliciano Carlos Silva,
Cavaleiro do Norte da 3ª. CCAV. 8423:
«Militares da FNLA e da UNITA
desentenderam e desencadearam
violentos combates»

Cavaleiros do Norte

Os dias do Quitexe do norte angolano, na realidade de 1975, há 48 anos e depois da saída da CCS do BCAV. 8423 para a cidade de Carmona, não foram nada fáceis para os Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, que lá tinham chegado a 10 de Dezembro de 1974, rodados da Fazenda Santa Isabel.
«Lembro-me dos patrulhamentos mistos das NT com as forças independentistas que, na altura, estavam em força no Quitexe, a FNLA e a UNITA», recorda o alferes miliciano Carlos Silva, atirador de Cavalaria, acrescentando uma outra memória.
A memória, recordemos, de «uma madrugada em que fomos acordados, por tiros e rebentamentos, porque militares da FNLA e UNITA se desentenderam e desencadearam violentos combates».

Sedes destruídas e corpos 
mutilados e degolados !

Aos dias de hoje e passados tantos anos, já lá vão 48 e na verdade, Carlos Silva diz que «recordo apenas alguns pormenores, porque passados tantos anos e porque não fiz registos torna-se um pouco difícil».
No entanto, fresca está a memória desse dia, pela bravura e desprezo pela vida com que os Cavaleiros do Norte «pudessem intervir, a não ser acudir aos civis (que já eram poucos) que se refugiaram junto de nós e tentar tratar dos feridos».
A evacuação dos feridos, a cargo das Forças Armadas Portuguesas, sempre generosas e sem medos, coube à 3ª. CCAV. 8423, comandada pelo capitão miliciano José Paulo Fernandes, feitas de avioneta, a partir da precária pista do Quitexe.
«Recordo um comandante, penso que da FNLA, com um tiro no peito, que quase deixava ver o coração, e um soldado da UNITA, também bastante ferido», lembra-se o alferes Carlos Silva, não esquecendo «as sedes destruídas e os corpos mutilados e degolados» desses dias da descolonização de Angola, na vila do Quitexe.
O casal Caixarias

O Caixaria do Quitexe
faz 71 anos por 2 vezes!


O soldado Raúl Henriques Caixaria festeja 71 anos por duas vezes: a do dia em que efectivamente nasceu (3 de Fevereiro) e a do dia em que foi oficialmente registado (dia 14 deste mesmo mês de 1952).
Atirador de Cavalaria de especialidade militar e Cavaleiro do Norte do PELREC 
da CCS do BCAV. 8423, regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975 e fixou-se na sua natal terra de Sarge, do município de Torres Vedras, onde ainda vive agora já aposentado e rodeado de amores e afectos a sua Alzira - a namorada da todas as saudades da altura da jornada africana e a mulher de toda uma vida comum, até aos dias de hoje.
Para lá e para ele, vai o nosso renovado abraço de parabéns!


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