domingo, 19 de fevereiro de 2023

7 083 - A mudança dos Cavaleiros do Norte para o BC12 de Carmona!

Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV 8423, a de Zalala, homens das Transmissões: António Lago e Rogério
Raposo (que amanhã faz 71 anos) e António Lago. Em baixo, Carlitos, José Aires, 1ºs. cabos Ângelo
 Lourenço e Hélio Cunha e Fernando Coelho
O BC 12 no tempo dos Cavaleiros do
Norte do BCAV. 8423, em 1975

O comandante Carlos Almeida e Brito esteve na Zona Militar Norte (ZMN), em Carmona e a 19 de Fevereiro de 1975, há 48 anos, para «ultimar os aspectos da rendição do BC12»
Na prática, ultimar a rotação dos Cavaleiros do Norte, do Quitexe para a cidade capital da Província do Uíge - e que este nome passaria a ter depois da independência.
Este tipo de reuniões de trabalho repetiu-se a 20, 25, 26, 27 e 28 - o que, na prática, antecipava a rotação dos Cavaleiros do Norte para a cidade de Carmona. Já não era para Luanda, como se chegou a admitir e o que nos desgostava por um lado e agradava por outro. Neste caso, porque era pacífica a situação no Uíge; naquele, porque a capital fervilhava de pequenos e grandes incidentes e não era raro surgirem notícias de mortos e de muitos feridos.
O então tenente-coronel (e futuro general) Carlos José Saraiva de Lima Almeida e Brito, normalmente, era acompanhado do capitão José Paulo Falcão - o oficial adjunto e de operações (que, de resto, já interinamente comandara o BCAV. 8423) - e estas reuniões de trabalho analisavam os pormenores processuais da rendição de pessoal do BC12.
Notícia do Diário de
Lisboa de 19/02/1975

Fascismo e colonialismo,
Agostinho Neto no Congo!


A capital Luanda, a propósito e por este tempo de há 48 anos, é que continuava pouco pacífica. 
O «Diário de Lisboa« de 19 de Fevereiro (ver imagem) dava conta da denúncia dos industriais pesqueiros, que pediam «uma maior repressão à banditagem que campeia no porto pesqueiro, o que está a provocar grandes prejuízos à indústria e a prejudicar o abastecimento de pescado à capital».
Agostinho Neto presidente do MPLA, por sua vez e depois de uma visita a Cabinda, partia para Brazaville e Ponta Negra, onde iria conferenciar com dirigentes da República do Congo. No enclave e durante um comício, recordou aos guerrilheiros do MPLA «o internacionalismo da luta travada, que fez das vitórias alcançadas por eles vitórias dos povos das outras ex-colónias portuguesas, visto serem os mesmos objectivos os que se pretendem alcançar e o mesmo inimigo a combater».
Citou o povo português, que «conseguiu expulsar o fascismo e o colonialismo» e que o povo de Angola «tendo-lhe sido reconhecido o direito à independência, não tem contradições especiais com o povo português».

Rogério Raposo
em 2019

Raposo de Zalala,
71 anos em Sintra!


O Cavaleiro do Norte Raposo, combatente da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, festeja 71 anos a 20 de Fevereiro de 2023. Amanhã!
Rogério Silvério Raposo, de seu nome completo, foi especialista de transmissões e regressou a Portugal no dia 1 de Setembro de 1975, evacuado do Hospital Militar de Luanda.
«Tive problemas na pele, depois do rebentamento de um granada, ainda em Carmona», recordou este rádio-telegrafista, que nos anos 90 do século XX voltou a Angola e por lá fez vida profissional, a partir da cidade de Viana e até 2015. Trabalhava numa empresa do sector das madeiras e recordou-nos que «uma vez, fui a Zalala, em serviço, mas nada estava igual». E não era para melhor.
Quando passámos pelo Uíge, a 24 e 25 de Setembro de 2019, fomos aconcelhados, à saída do Quitexe e na Estrada do Café, para não nos aventurarmos pela picada zalaliana.
O Raposo regressou a Portugal e mora em Sintra, para onde e para ele vão os nossos parabéns!

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