quinta-feira, 27 de julho de 2023

7 244 - Calma fictícia no Uíge angolano do norte! Iminentes problemas com a FNLA!

O PELREC da CCS do B CAV. 8423, há 49 anos. De pé e da esquerda para a direita, o 1º. cabo Florindo (enfermeiro),
Caixarias. 1º. cabo Pinto, Marcos, 1º. cabo Ezequiel, Florêncio, 1º. cabo Soares (já falecido), José Neves, Messejana
(f.) e 1º. cabo Almeida. Em baixo, furriel Neto, Madaleno, Aurélio (Barbeiro), 1ºs. cabos Hipólito e Oliveira (TRMS), Leal (f.), Francisco, furriel Viegas e 1º. cabo Vicente (f.)
O cozinheiro José Miguel dos Santos, soldado da
CCS e à saída de Igreja do Quitexe (em 1974)

O dia 27 de Julho de 1975, há 48 anos, foi um domingo e a cidade de Carmona e todo o Uíge angolano continuavam pacíficos e aparentemente calmos.
Paz e calmaria que se presumia mas de que se desconfiava. E nada que evitasse, pelo contrário..., o permanente alerta dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, lá aquartelados e bem «avisados» para iminentes problemas com o ELNA - o Exército de Libertação de Angola, o braço armado da FNLA de Holden Roberto.
O livro «História da Unidade», sobre este tempo de há 48 anos, refere mesmo «uma calma fictícia» a que então se vivia pelos chãos uíjanos do norte de Angola, aqui e ali caldeada de ameaças e boatos, murmúrios e dúvidas, numa altura em que já toda a gente (a civil incluída) sabia da cada vez mais próxima, desejada e muito ansiada retirada da tropa, para Luanda.
Isto acontecia mais de 14 meses depois da chegada dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 ao Uíge angolano: ao Quitexe (a CCS), à Fazenda de Zalala (a 1ª. CCAV. 8423), a Aldeia Viçosa (a 2ª. CCAV. 8423) e à Fazenda Santa Isabel (a 3ª. CCAV. 8423),
Os Cavaleiros do Norte, já «habituados» a desconsiderações de parte da comunidade civil branca, tinha também que «achar respostas» para as continuadas e perigosas «queixas e ataques da FNLA».
Notícia do «Diário de Lisboa» de há 48 anos!

ELNA´s/ MPLA´s 
dispararam
sobre militares portugueses!

Luanda, nesse dia dominical de há 48 anos, acordou com com «um sangrento incidente» no Bairro Vila Alice e envolvendo militares portugueses e do MPLA: «Mm grupo armado das FAPLA desarmou militares portugueses que seguiam numa viatura do Exército»,  relata(va) o «Diário de Lisboa» do dia seguinte.
Depois disso e de mandarem seguir a viatura, «abriram fogo pelas costas, contra os ocupantes, ferindo dois, u deles em estado grave».
O Comando Operacional de Luanda (COPLAD) reagiu e exigiu a entrega dos agressores, até às 8 horas da manhã - o que não aconteceu. Nem foram entregues os culpados, nem qualquer explicação foi dada.
As forças armadas portuguesas aguardaram até às 10 horas e, então e sem qualquer reacção do MPLA, «montaram um dispositivo para deter os elementos das FAPLA, estacionados em Vila Alice».
O comandante da força discutiu com o responsável do MPLA e, quando se encontrava no exterior, «as forças das FAPLA dispararam sobre as forças portuguesas, que ripostaram». Generalizou-se o incidente que acabou por «provocar mortes e feridos entre o MPLA e civis». Ler AQUI

O Enclave de Cabinda

FLEC não reconheceu
e demitiu Nzita Tiago


Malanje, no leste e no mesmo dia 27 de Julho de há 48 anos, foi cenário de novos combates entre o MPLA e a FNLA, «após uma ligeira trégua conseguida pelas autoridades portuguesas», que pretendiam «a evacuação dos feridos e o reabastecimento de víveres» para a população.
Enquanto isso, a FLEC emitiu um comunicado a desmentir «a legitimidade e representatividade de Nzita Henriques Tiago», que em Paris se apresentara como 1º. Ministro do Governo Revolucionário Provisório de Cabinda, com Luisi Ballu como Ministro dos Negócios Estrangeiros.
«Não pode comprometer o nosso movimento sem autorização do presidente Luís Ranque Franque», referia o comunicado, sublinhando também que «esta sua iniciativa e portanto demagógica e das mais graves consequências».
O documento da FLEC frisava depois que «foi já demitido da funções que tinha na FLEC» e considerava que «o acto inqualificável destes dois homens constitui um acto de afirmação pessoal em detrimento dos superiores interesses da nação cabinda, no momento em que, em Kampala, se tornam importantes decisões quanto ao acesso de Cabinda a sua soberania».

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