segunda-feira, 16 de abril de 2012

1 257 - A praga dos postos de vigia do Quitexe




Rua do Quitexe, em 1974. Foto tirada do posto de vigia da estrada do café



________________
RODOLFO TOMÁS
Texto

Peço desculpa do meu saudosismo, mas ao recordarmos a nossa juventude, ninguem fica indiferente aos momentos passados pela terra que nos marcou para toda a vida, o Quitexe. 
A foto foi tiradas num posto de vigia à entrada do Quitexe e a primeira casa à direita, com quintal e ramada, era a residência do alferes Almeida. Neste posto aconteceu o que se pode considerar uma epidemia, uma praga!, o que lhe quiserem chamar, mas passo a explicar. 
Uma bela manhã, no fim de uma noite de reforço neste posto, saí e comecei a sentir uma pequena comichão no pescoço. Grande sarilho na formatura, pois não conseguia ter a cabeça direita e o tenente Mora, que estava em todas, ficou em alvoroço.
 "Ó nosso cabo, ponha-se direito", disse ele.
Mas qual quê, era impossível. Eu bem me escondia na ultima fila, mas os olhos militares do tenente Mora lá estavam firmes e à minha procura. Passadas três semanas, estava eu a ficar bom, graças ao enfermeiro Florindo - com aquelas mãos levezinhas (!)...-, começaram a surgir vários companheiros, que tinham sido ferrados também no pescoço.
Conclusão: alí havia vampiro à solta. 
O capitão Oliveira, comandante da CCS, por via disso, mandou finalmente chamar, quem? 
O Buraquinho, analista de águas. Coitado!!!... Não sei quantos dias andou com a máquina de sulfatar
às costas para desinfestar todos os postos de vigia. Até parecia castigo, mas não foi.
RODOLFO TOMÁS

Sem comentários:

Enviar um comentário