quinta-feira, 21 de junho de 2012

1 324 - O aviário cheio de frangos em tempos de guerra...


Grupo de Militares de 1ª. CCAV. 8423 (em cima) e Eusébio (em baixo) 


Um grupo de «zalalas» vai amanhã viajar até Belmonte, para abraçar o Eusébio, que de lá é e por lá vive! Vão matar saudades e reviver emoções como as que, há precisamente 37 anos, viviam(os) por Carmona.
 «Passámos muitos maus momentos, muitas noites sem dormir e sempre à espera de ataques e preparados para a defesa da guarnição»,  recorda o Rodrigues, por lá foi furriel miliciano atirador de Cavalaria do BCAV. 8423 e um dos que viaja para Belmonte.
Os dias da capital do Uíge, por este tempo de Junho de 1975, foram bem amargos, na verdade e como por aqui temos dito. Era «um ambiente de cortar à faca», como bem recorda o Rodrigues - que a Carmona chegou, integrado na 1ª. CCAV., a 6 de Junho, completando-se a rotação no 12 seguinte.
  Os «zalalas» ficaram instalados no Comando do Sector e lá ocorreu um episódio com um civil, dos muito que por essa altura começaram a abandonar a zona, fugindo aos conflitos que iam matando muita gente e semeando muitos lutos. 
Um belo dia, apareceu o homem a dizer que ia para Luanda, porque  as condições  na zona envolvente a Carmona já não ofereciam segurança (dizia ele), mas que não podia levar o aviário que tinha cheio de frangos. Que os deixava para a tropa. 
«Deram uns belíssimos churrascos durante dias e dias seguidos, numa ementa que ninguém pensava ser possível, nesse tempo e nessas condições», recorda o Rodrigues.
A tropa, então, de aviário cheio, não se deixou para dietas: «Era meio frango para cada um, numa época em que faltava quase tudo,  em termos de alimentação e isto durante uns dias», disse o Rodrigues. 
Encheram o papinho de frango, nos intervalos da guerra.
- EUSÉBIO. Eusébio Manuel Martins, furriel 
miliciano atirador de cavalaria. De Belmonte, 
onde reside e é aposentado da função pública.

2 comentários:

  1. Tanta franga.
    Gostei da foto dos pelreques.
    Dois operacionais e um amanuense.
    Ni Neto

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  2. um abraço a todos os zalalas do companheiro trm rogerio raposo com saudades do pessoal vivo atualmente em angola e foi ferreira que me deu a conhecer este espaço voltarei
    com fotos

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