quarta-feira, 1 de agosto de 2012

1 366 - Os dias 1 de Agosto, de 1974 e 1975, no Uíge

Parada do BC 12, em Carmona (foto Jorge Oliveira)


A 1 de Agosto de 1974, no Quitexe, reuniu a Comissão Local de Contra-Subversão (CLCS) e «as directivas superiores» impuseram «a não realização de acções ofensivas (...), deixando-se de bater as áreas dos «quartéis» IN e passando-se a apertar a malha de patrulhamentos ao longo de toda a ZA».
Um ano depois, uma sexta-feira e em Carmona, fazia-se mais uma véspera do adeus final ao chão uíjano. Recebidas na véspera (31 de Julho) e no próprio dia 1 de Agosto de 1975, as viaturas que ajudariam a transportar o BCAV. 8423 foram sendo preparadas e carregadas. «Houve que preparar o movimento, com os cuidados que tal requeria, dado saber-se da oposição que a FNLA dizia ir fazer», lê-se no Livro da Unidade.
A tropa, até pouco antes torpedeada de «bocas» mais ou menos depreciativas, passou a estar no céu dos deuses, para muitos dos civis: queriam ajuda, pediam apoio e, sabendo da nossa iminente saída, afinal queriam acompanhar-nos. Já abundantemente por aqui falámos disso.
A tropa, tanto quanto a algibeira podia, farrava nos restaurantes, cafés e bares da cidade. O Diamante Negro, perto do campo de futebol do Recreativo do Uíge, era um dos locais preferidos. Por lá se bailava e bebia, dando-se prazeres à vida e aos apetites de quem, aos 22 anos, sonha com o mundo nas mãos e vive amores fugazes.
Mantinham-se os níveis de segurança (e desconfiança), mas a malta, de juventude na guelra, pouco se cuidava de medos e deixava-se medrar os entusiasmos.

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