segunda-feira, 5 de novembro de 2012

1 462 - O Zé Oliveira (vago-mestre) da Companhia do Liberato

O capitão miliciano Victor que comandou a CCAÇ. 209/RI 21, 
do Liberato, e o furriel Oliveira (segundo e terceiro) da CCAÇ. 209/RI 21

Liberato era lá para o fim da picada!!! Ia-se do Quitexe, cortava-se à direita (de quem ia para Aldeia Viçosa, na estrada do café), a Vamba e Santa Isabel ficavam à vista e, entre a floresta de muitos perigos, semeada de ruídos e de muitos medos, lá se chegava ao fim de algumas duas boas horinhas de unimog, encharcados de suor e pó. Por lá me «perdi» duas ou três vezes.
Nunca me perdoarei de, quando por lá passei (em passagens de médico, é bem verdade, de apenas duas ou três horas, já nem lembro bem!!!...), lá não ter achado o meu bom amigo Zé Marques, companheiro de turma na Escola Industrial e Comercial de Águeda, uns meses mais velho que eu e que por lá furrielou como vago-mestre.
Era meu costume, quando a lado novo chegava, perguntar se por lá não havia gente de Águeda. E lá fiz o mesmo. Mas não estava por lá, nas alturas, o amigo Zé Oliveira (para mim, o Zé Marques) e sendo ele do Caramulo, natural será que não o associassem à pergunta.
Acabei de falar com ele e muito me contou: «Era de Águeda, também, o alferes Sereno!!!...». E eu sem saber quem é (era). Afinal, gente de família muito conhecida daqui, filho de engenheiro dos caminhos de ferro de Benguela e que um drama familiar tornou «pai» dos irmãos. Os pais, fatidicamente, faleceram em Angola, num acidente de viação.
Do Liberato me deu conta o (furriel) Oliveira que conheceu dois comandantes: os capitães Baracho (oficial do quadro) e, depois, Victor, «um capitão que foi de alferes a tenente e depois comandou a companhia". Era muito conhecido por ser vocalista de um então famoso grupo de música, vivia no Algarve e com uma senhora holandesa (que se vê na foto deste post, logo à esquerda).
A CCAÇ. 209/RI 21 era essencialmente formada por militares angolanos e alguns quadros europeus. Que normalmente iam em rendição individual. Foi o caso de Zé Marques (o Oliveira), que ainda assim cumpriu 22 meses da sua jornada angolana, chegando à sua casa do Caramulo pelas 23 horas da noite de Natal de 1974!   
- OLIVEIRA. José Marques de Oliveira, furriel miliciano 
vago-mestre da CCAÇ. 209/RI 21, a do Liberato. Natural 
do Caramulo, aposentado da Caixa Geral de Depósitos
e residente em Águeda. 
  

1 comentário:

  1. Em determinada ocasião, a 2ªCCAV fez uma incursão desportiva à Companhia do Liberato. Recordo-me que houve um jogo de futebol de cinco, em que perdemos, se a memória não me atraiçoa, por uns 23 a 0. Depois houve outro de voleibol, em que ganhámos, ou não tivessemos nós um campeão nacional da modalidade, o Cmdt da Cª. Cap Cruz. No final fomos obsequiados com um excelente almoço, tendo-se comido bem e bebido melhor.

    ResponderEliminar