domingo, 5 de maio de 2013

1 660 - Os homens das transmissões em teatro de guerra

Quantas vezes já por aqui falámos da importância das transmissões, em teatro de guerra? Nem sei quantas!!! Mas muitas!!! Eram fundamentais, por todas as razões, exigindo permanente atenção e segura qualificação os seus operadores. 
Por mim, não esqueço uma operação de três dias, em plena Baixa do Mungage, área de muitos medos e muitas mortes, quando ficámos sem ligações na manhã do primeiro e por lá, repetindo tentativas, só chegámos a bom termo comunicacional na manhã do terceiro - quando fomos escutados no Quitexe. E se fosse necessária uma evacuação, ou qualquer outra urgência? Nem é bom pensar. 
Numa outra, com o operador em declínio emocional - stressado, dir-se-ia agora... -, tivemos (eu e o Neto) de alocar os nossos conhecimentos na área, adquiridos em Lamego (no curso de Operações Especiais) para operacional o pesado Racal TR28 e seguirmos a operação.
Hoje, porém, trago aqui homens de Zalala: o Cigano e o Bolinhas (não sei em que praças assentavam estas simpáticas cognominações) e o Raposo, em acção - com o Louro sentado, em posição sorridente e feliz, como se vê!  
O Racal TR28, de origem sul-africana mas montado nas oficinas do exército português, era pesado (à volta de 10 quilos, se me lembro bem) e de nada fácil transporte, mas muito eficiente. Tinha 24 canais, o que permitia um variado grupo de redes, sem ser necessário alterar a frequência. Mas todos quantos com ele carregaram pelas picadas e trilhos do Uíge angolano, bem sabem como era leve a G3 e a mochila dos «deves & haveres, quando comparados com os sacrifícios dos homens das transmissões - verdadeiros «burros de carga», para assegurarem as comunicações militares.  


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