terça-feira, 28 de maio de 2013

1 683 - Os últimos dias de Maio de 1975 em Carmona

O quartel do Songo, em Dezembro de 2012. Anda se vê o escudo português. 
Foto de Carlos Ferreira


Os últimos dias de Maio de 1975, passando-se um ano sobre a nossa partida para Angola (amanhã se fazem 39!...),  eram, por Carmona, vividos em expectativa. E receios!
Já todas (ou quase todas) as capitais provinciais tinham sido palco de combates. Faltava Carmona - não iria demorar muito tempo, pesasse, embora, a diplomacia activa dos nossos comandos militares.
A situação de «calma fictícia» vinha de há semanas e na memória estavam os sucessivos incidentes entre a FNLA e o MPLA. Porém, ainda «permitindo manter-se um dia-a-dia mais ou menos estável, quebrado por um ou outro incidentes» - o que se registava desde Abril.
As NT, porém, leio no Livro da Unidade, «não esmorecendo, expondo os seus problemas, mas cumprindo, começaram a verificar-se desautorizadas e alvo de atropelos». Só, na verdade, «a coesão criada e disciplina vivida», foram, no terreno uíjano, «levando de vencida todas as situações».
Os comandos militares reuniam regularmente com as chefias dos movimentos emancipalistas e, ante o que passava, começaram a tomar medidas preventivas. 
«Disse-se ter-se feito, no mês anterior, uma remodelação de dispositivo que se admitiu como sendo a última, mas o galopar desenfreado dos acontecimentos leva a admitir a necessidade de, pelo menos, fazer vir a 1ª. CCAV. para Carmona, abandonando Songo e Cachalonde, porquanto se interpretam como desnecessários, senão inconvenientes tais guarnições militares», lê-se no Livro da Unidade. 
Ao Songo e Cachalonde tinha a companhia do capitão Castro Dias chegado a 24 de Abril, ida de Vista Alegre e Ponte do Dange. Os incidentes dos primeiros dias de Junho, em Carmona, precipitaram a rotação: começou a sair a 6 e, definitivamente, abandonou aquelas localidades a 12 de Junho de 1975.

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