sexta-feira, 23 de agosto de 2013

1 771 - A fuga de funcionários públicos angolanos

Furriéis Aldeagas e Queirós (1ª. CCAV.), Cândido Pires e Luís Mosteias, 
sapadores da CCS, na baixa de Luanda, nos últimos dias de Angola


Os Cavaleiros do Norte, fazendo contas aos dias de calendário que os separavam de 8 de Setembro, dia previsto para a viagem marítima para Lisboa, iam espreitando os prazeres urbanos, desconhecidos para a maioria deles, mas que desafiavam os seus apetites mais carnais.
Os restaurantes e bares da baixa luandina era seu pouso habitual - pela Portugália, a Mutamba, o Paris Versailles, o Pólo Norte, o Amazonas, a Floresta, a ilha, a restinga, o Mussúlo e quantos outros sítios onde se matavam prazeres. O 8, o 23 e o 24, por exemplo!!! Ou o BO e o Marçal!!!
Os Estados Unidos desmentiam o envio de material de guerra para Carmona e Negage, a partir das duas bases europeias da Alemanha Federal. Em Kinshasa (Zaire), o secretário dos Negócios Estrangeiros da UNITA desmentia qualquer acordo com a FNLA, mas o Jornal de Angola desse dia 23 de Agosto de 1975 admitia que «a reunião magna da UNITA poderá decidir oficialmente uma aliança com a FNLA».
Lopo do Nascimento (foto), do MPLA, em Luanda, dava conta das suas preocupações sobre «o elevado número de funcionários nascidos e residentes em Angola que se inscreveram no quadro de adidos de Portugal». Considerava o facto como «inconveniente»  e frisava que os angolanos nessas condições «perderão automaticamente a cidadania angolana, passando a ser estrangeiros no país que tiverem escolhido».
«Pedimos a todos esses compatriotas que assumam as suas responsabilidades de angolanos, que aceitem os sacrifícios que as actuais circunstâncias impõem e que contribuem com o seu trabalho na luta contra a sabotagem económica pelo aumento da produção», disse Lopo do Nascimento, há 38 anos - no Verão de 1975.

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