segunda-feira, 9 de setembro de 2013

1 788 - O Portugal que nos recebeu a 8 de Setembro de 1975

Aeroporto de Lisboa, como deveria ser em 1975 (em cima). Recorte do 
Diário de Lisboa, sobre a greve que nos deu jeito para viajarmos de avião e não no Niassa




A Lisboa que nos recebeu a 8 de Setembro de 1975 ardia em intrigas políticas e militares e Portugal era palco de muita ebulição social. Basta ler alguns títulos da imprensa desse dia: «Reunido o Conselho da Revolução: Impasse difícil» era a caixa alta do Diário de Lisboa. A primeira página tinha outros títulos: «Que é isso de guerra civil, sr. capitão?», ou «5ª. Divisão recebida em Belém». Também «11 de Março: o relatório da 5ª. Divisão».
A edição do jornal dava conta, também,  de que o povo não cedia em Proença-a-Nova e que armas de guerra tinham sido roubadas em furgoneta... roubada. E falava de plenários de trabalhadores, de professores e de trabalhadores em greves, de sindicatos, de esquerdas, fascismos e direitas, suicídios, manifestações, roubo de jóias e outros roubos, reforma agrária, esclarecimento de Durant Clemente sobre um comunicado do Estado Maior do Exército, até do assalto de trabalhadores a um empresa (a NOVIL).
O nacional de futebol da 1ª. divisão tinha começado na véspera: Braga-Atlético, 2-2; Beira Mar-CUF, 0-1; FC Porto-U. Tomar, 6-1; Setúbal-Académico de Coimbra, 3-1; Leixões-Sporting, 0-0; Guimarães-Belenenses, 2-2; Estoril-Farense, 2-0. O Benfica-Boavista (0-0) só se realizou no dia 10.
Em Moçambique, Samora Machel casava-se (no dia 7) com Graça Simbine, a ministra da Educação e Cultura. No universo português, a Companhia Nacional de Navegação (CNN) ia no 11º. dia de greve - ver imagem. Sorte a nossa: era num dos seus navios (o Niassa) que os Cavaleiros do Norte deveriam viajar para Lisboa. Não houve barco, houve avião e os dez dias de mar foram substituídos por 8 horas de voo.
Em Luanda, a 9 de Setembro de 1975, era a 1ª. CCAV. a fechar as malas e a dizer adeus a Angola! Os homens de Zalala regressavam a casa!

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