quinta-feira, 19 de junho de 2014

2 067 - Tempos mais calmos na Carmona de há 39 anos

Parada do BC12, nos trágicos primeiros dias de Junho de  1975. O helicóptero evacua feridos para Luanda e vêem-se, ao fundo e do lado direito, refugiados à espera de melhores tempos 

Os dias da segunda quinzena de Junho de 1975 lá se iam passando e acalmando as gentes que os viveram de coração apertado e almas enlutadas.  Nas consultas agora feitas à imprensa da época, não há notícias de Carmona e do Uíge a partir de 11 e 12 desse mês. Estava tudo mais calmo, o que coincide com a nossa memória e o que se escreveu no Livro da Unidade.
«As nossas tropas procuraram minimizar o conflito, procurando seu términus rápido e diligenciando ir limitar os seus efeitos», leio agora. Contudo, acrescentava-se, na página 24, «como rescaldo, ainda mais ficou vincada a hegemonia da FNLA, pois que tudo o que se possa considerar combatente ou simpatizante do MPLA foi expulso do distrito, nos melhores dos casos, porquanto, noutros, há a citar algumas dezenas de mortos». 
A população, com  aqui já foi repetidamente dito, «pediu a protecção das NT, a qual lhes foi dada, entrando no quartel um milhar de refugiados». Pessoalmente, tenho a convicção de que foram bem mais, ao longo dos primeiros dias do mês. Esta convicção coincide com depoimentos que agora recolhi e que apontam para números bem acima dos 2000 - perto dos 3000. Seja como for, tal não foi muito bem entendido pela FNLA, que considerou a posição das NT como «discricionária e partidária, do que resultou um período seriamente preocupante para o Batalhão».
- FOTO. O 1º. cabo sentado, à esquerda, julgo ser 
o 1º. cabo João Manuel Martins Pires. O soldado à direita, 
parece-se ser o sapador Manuel Augusto Nunes, o Amarante.
.Alguém pode confirmar?

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