sexta-feira, 29 de agosto de 2014

2 258 - Angola sem governo e greve no Niassa


Major Emílio Silva, Rui Sá (Dibala), general Ferreira de Macedo, Agostinho Neto, comandante Leonel Cardoso, Joaquim Kapango, António Augusto Almeida e Hermínio Escórcio (em cima), Pedro Tonha (Pedalé), Magalhães Paiva (Nvunda), João Caetano (Monstro Imortal),  Zacarias Pinto (Bolingó), Aristides Van-Dúnen e Carlos Rocha (Dilolwa). Em baixo, porta d´armas do Capo Militar do Grafanil última casa angolana dos Cavaleiros do Norte


A 29 de Agosto de 1975 e por ordem do Alto Comissário interino, general Ferreira de Macedo, foi «extinto» o Governo de Transição de Angola - que, de resto, já não funcionava, na prática. FNLA e UNITA, afastadas da capital, há tempo que não tinham ministros em exercício.
O governo fora formado nos termos do Acordo do Alvor mas deixara de funcionar desde o princípio do mês. Apenas os ministros do MPLA se mantinham em funções. MPLA que contestou, mas de nada valeu. A data é coincidente com a notícia, chegada de Lisboa, de que o 1º. Ministro Vasco Gonçalves se demitiria (como queriam os americanos) mas que se manteria em funções até à posse do almirante Pinheiro de Azevedo.
Em Luanda, com (alguns) Cavaleiros do Norte a fecharem caixotes para enviar para Lisboa, no Niassa, soube-se que as tripulações deste navio e do Cunene, do Porto Amélia, do Amarante e do Braga, navios da Companhia Nacional de Navegação - iriam entrar de greve por cinco dias, instigados pelo MPLA.
O Niassa, recordemos, era o navio em que viajariam os Cavaleiros do Norte - alguns dos 1200 militares que nele deviam voltar a Lisboa, para o efeito fretado. Hoje, sabemos que foi por isso que, de navio, passámos a viajar de avião. Sorte nossa.

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