terça-feira, 2 de setembro de 2014

2 262 - Greves no porto de Luanda e Cavaleiros à espera

Cavaleiros do Norte, grupo de furriéis milicianos. Cardoso, Carvalho, Bento, Costa (morteiros) e Fernandes (atrás), Rocha, Viegas, Morais, Pires (Bragança), Fonseca e Flora (sentados) e Ribeiro (à frente). Em baixo, notícia de há 39 anos


Aos dois dias de Setembro de 1975, confirmou-se a greve dos trabalhadores do porto de Luanda, para, entre outras razões, «não carregarem os bens dos portugueses que estavam a espoliar Angola do que lhe pertencia». Vinham a ser instigados pelo MPLA e as tripulações de 5 navios da Companhia Nacional de Navegação estavam paralisadas desde 29 de Agosto, por 5 dias - tripulações do Cunene, do Niassa (que traria os Cavaleiros do Norte), do Porto Amélia, do Amarante e do Braga.
A 2 de Setembro, hoje se fazem 39 anos, soube-se que os 5 navios abandonariam Angola no dia 5 - a sexta-feira seguinte. Porém, a tripulação do Niassa fez saber que se dispunha a «assegurar o regresso dos militares e civis desalojados». Militares, seriam 1 200!!! Nesse 5 de Setembro, o Niassa interrompeu a greve, mas o BCAV. 8423 acabaria por vir, felizmente, de avião.
O editorial do Jornal de Angola, (nesse tempo) afecto ao MPLA e nesse mesmo 2 de Setembro, dava conta das dúvidas sobre o êxito das negociações com a UNITA, em Lisboa. Escrevia o jornal que «a luta de libertação de Angola se transformou num conflito entre o povo angolano e a UNITA, aliada à FNLA». E, sobre o acordo de cessar fogo entre os dois movimentos, discutido em Lisboa, poucas esperanças deixava transparecer.
A France Press, em despacho da véspera, falava em «rumores que circulam com insistência em Luanda», segundo os quais «12 tanques russos teriam chegado no domingo de manhã, de avião, à capital angolana». E que «teriam mesmo atravessado a cidade de madrugada, para atingirem um destino desconhecido».
A FNLA continuava concentrada na zona do Caxito/Barra do Dande e não eram conhecidos avanços, embora se falasse do seu reforço de material pesado, a partir do aeroporto de Carmona. A «nossa» Carmona!
O corpo do alferes Bragança chegou a Luanda na véspera (1 de Setembro).

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