quarta-feira, 24 de setembro de 2014

2 885 - Angola em Nova York e a cimeira de Kampala


Cavaleiros do Norte de Zalala, com o furriel Manuel Dinis Dias (mecânico) a direita,  sentado e de boina. Quem ajuda a identificar a malta? Em baixo, Henry Kissinger,  Secretário de Estado norte-americano


«Os acontecimentos de Angola tomaram uma feição alarmante, de extrema violência. Estamos extremamente preocupados com a ingerência de potencias estrangeiras em África, que não lhe querem bem, e cuja ingerência nos assuntos internos angolanos é incompatível com a esperança de uma verdadeira independência. Cremos que uma solução justa e pacífica deve ser negociada, garantindo a todos os agrupamentos, representando a população angolana, um papel equitativo no seu futuro». - Quem assim falava, em Nova York e a 23 de Setembro de 1975, era Henry Kissinger, secretário de estado norte-americano, referindo-se ao cada vez mais magno e trágico problema angolano.
Por lá, por Angola, a situação militar estava estacionária. Continuava a FNLA no Caxito, uns 200 quilómetros a sul de Carmona e 53 a norte de Luanda, e, aqui, o estado maior do MPLA evitava falar da situação, limitando-se a comentar, segundo o Diário de Lisboa, que «prosseguem os combates, há alguns dias».
Fonte militar portuguesa, citada pela imprensa de 24 de Setembro de 1975, dava conta que «nenhuma acção notável se tinha verificado», nomeadmante na zona centro-sul, lado para que o MPLA preparava um contra-ofensiva a Nova Lisboa, onde imperavam a a UNITA e a FNLA. E onde era tensa a relação desta com a UNITA (de Savimbi) e de ambos os exércitos partidários com o português. Este, previa-se, ia abandonar a capital do Humbo a 6 de Outubro. Para Campala, no Quénia, preparava-se uma cimeira da OUA (presidida por Idi Amin) com MPLA, FNLA e UNITA, para além de Portugal. A ideia era «analisar a situação em Angola e discutirem o futuro daquele território».

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