Avenida do Quitexe, em 1974. À direita, a entrada do aquartelamento e o edifício
do comando, com a bandeira. Mais à frente, a CCS, casa dos furriéis e messes de oficiais
e sargentos. Em baixo, Viegas e Neto no jardim do Quitexe
A 6 de Novembro de 1974, há 40 anos - vejam lá como o tempo voa!... -, o Quitexe foi palco de uma reunião dos comandos do Sub-Sector do Quitexe - de que não tenho memória, nem achei rasto.
O mês, com as emoções próprias dos encontros com combatentes da FNLA, ora dos que se apresentavam, ora dos que nos apareciam em sanzalas e caminhos do chão uíjano, seguia calmo. A tal «acalmia não encontrada há longos anos» de que fala o Livro da Unidade.
A CCS recebeu mais um cozinheiro, o soldado Carlos JF Gomes, de quem não lembro cara ou jeito. Recebi correio do Neto, que viera de férias a Portugal, para assistir ao casamento do irmão: «Isto nem está bom, nem está mau..., tá uma m...», escreveu ele, que por cá aproveitava para noivar, com a sua Ni de todos os dias.
Um ano depois, a 6 de Novembro de 1975, a escassos dias da independência, confirmava-se a disposição do MPLA para declarar unilateralmente a independência e recusar qualquer conciliação com a FNLA e a UNITA. A situação militar era «extremamete grave» no sul, com combates no Lobito e Benguela - aqui «violentos nos arredores e dentro da própria cidade, que chegou ontem a ser ocupada pelos agressores». Por agressores, entenda-se, na linguagem do MPLA, «os mercenários do ELP e as forças sul-africanas». Do norte e do (nosso) Uíge, é que nada se sabia.
O dia, em Portugal, foi o do célebre debate televisivo, entre Mário Soares, secretário-geral do PS, e Álvaro Cunhal, secretário-geral do PCP, com moderação de Joaquim Letria e José Carlos Megre, com uma audiência recorde. O do «olhe que não, olhe que não!...» de Cunhal, para Soares.
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