sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

2 974 - Acordo no Luso enguias de escabeche no Quitexe

A vila do Quitexe, a Estrada do Café (ou Rua de Cima) em 2010, foto By Bembe. 
Agostinho Neto (MPLA), Rosa Coutinho e Jonas Savimbi (UNITA), em baixo



A 19 de Dezembro de 1974, o Alto Comssário Rosa Coutinho anunciou o acordo entre o MPLA e a UNITA, após a reunião do Luso, no leste de Angola, do dia e da véspera.
“Tenho a dizer-vos que considero importante o encontro para Angola e para a evolução do processo de descolonização em curso, visto que, pela primeira vez, os presidentes de dois movimentos de libertação se encontraram e conversaranm em território de Angola, marcando mais uma vez a posição que será por Angola  que terão de ser decisos os seus destinos e e preferívelmente dentro da mesma Angola”, disse Rosa Coutinho.
Estas coisas, lá pelo Quitexe, passavam-nos ao lado e o que sabíamos era pela imprensa que lá chegava de Luanda (ou até de Lisboa), certamente com muitos filtros noticiosos.
Agora, 40 anos depois, sabemos que as inesperadas conversações levaram a um acordo que, resumidamente, pôs  “pôr termo a toda a espécie de hostilidades entre as duas entidadades” - o MPLA e a UNITA. Mas também sabemos, agora, que tal entusiasmo e fé não viriam a ser mesmo assim.
Mais, entre outras coisas do acordo: “Procurar estabelecer, em conjunto com a FNLA, neste momento crucial da história do nosso povo, uma plataforma política sobre a formação do Governo de Transição”.
O acordo MPLA/UNITA, no seu ponto 10º., a finalizar, estabelecia “combater com vigor todas as manobras que atentem contra  a unidade nacional e visem a secessão do país”.
Agostinho Neto, em conferência de imprensa desse dia e no Luso, anunciou “ainda não estarem marcados o local e a data da cimeira com o Governo português”, mas que se realizaria em “data posterior a 27 de Dezembro, em território não português e em área geográfica já definida pelos três movimentos de libertação”.   
O Quitexe, Aldeia Viçosa e Vista Alegre preparavam o seu natal tropical. O primeiro e o único para a esmagadora maioria dos Cavaleiros do Norte. De casa, via Fátima Resende (amiga que morava em Luanda e a Portugal viera), minha mãe mandava-me, para o Natal, uma lata com enguias de escabeche. Ui!!!! Ui, que maravilha!!!

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