sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

3 023 - Cavaleiros no Songo e oficiais portugueses mortos

 A vila do Songo, em 1975 (foto da net). O busto de Acílio Gala, inaugurado a 15 de Julho 
de 1973 (foto de baixo. Os oficiais mortos a 3 de Fevereiro de 1975 (imagens mais abaixo)



A 5 de Fevereiro de 1975, no Songo, realizou-se a última reunião de Comandos do Comando de Sector do Uíge. Os Cavaleiros do Norte fizeram-se representar pelo comandante Almeida e Brito e pelo furriel miliciano Viegas, que participou na reunião do MFA, como delegado dos sargentos do BCAV. 8423.
Não sabia na altura, mas era administrador do Songo o futuro presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro e deputado do CDS/PP, o dr. Acílio Gala. Que eu não conhecia, ao tempo - só mais tarde, no exercício de outras funções.  Mas há a curiosidade de eu, com um grupo do PELREC que nos acompanhava (de escolta), termos estado algum tempo parados junto ao busto com que a cidade o homenageara - a 15 de Julho de 1973, por méritos que teve como adminstrador e presidente da Câmara do Songo, nos 5 então anos anteriores.
Algumas vezes, nos anos 90 para 2000, nos divertimos com o pormenor, em longas e saborosas conversas nos Paços do Concelho de Oliveira do Bairro.
O dia 6 de Fevereiro de 1975 (há precisamente 40 anos) foi assinalado, em Luanda, por um comunicado do Alto Comissário, responsabilizando o MPLA pelos incidentes ocorridos no mercado de S. Paulo, no dia 3, nos quais morreram um capitão e um alferes milicianos portugueses, um sargento do ELNA (exército da FNLA) e 5 civis - para além de ferimentos em um capitão português, dois militares do ELNA e 9 civis.
Os incidentes começaram, numa tentativa de assalto a um comerciante, acusado de, na véspera, ter matado dois civis negros. Intervieram o ELNA e as FALA (exército do MPLA) e quando uma viatura militar portuguesa levava um civil, este foi tido com o comerciante (não era), começando o tiroteio - depois do apedrejamento da viatura.
O capitão miliciano era Ramiro José Amaro de Azevedo Pinheiro (foto ao lado, mais acima), ao tempo jogador de andebol do Sporting (creio mesmo que internacional) e assistente do Instituto Superior Técnico. José Domingos dos Santos era o alferes miliciano abatido. Ambos, oficiais da 1ª. CART. 6323.
A memória refrescou-se-me neste momento: a 3 de Fevereiro de 1975 eu estava em Luanda e fiz a viagem da Avenida D. João II para o Bairro da Cuca, passando em S. Paulo, pouco depois destes trágicos incidentes. Ia procurar os conterrâneos Benedita e Mário Coelho, casal que lá morava (com a filha Fernanda) e de quem a família conterrânea queria saber notícias.
Estava «desenfiado» na capital e, se a memória me não atraiçoa, viajaria para Carmona no avião civil das 17 horas.
-MORTE DOS OFICIAIS 
PORTUGUESES
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