terça-feira, 10 de março de 2015

3 055 - Manifestação em Luanda e Cavaleiros em Carrmona

A parada do BC 12, vista da varanda do edifício do Comando. Vê-se o icónico depósito 
de água e, ao fundo, a cozinha e o refeitório (à esquerda) e as oficinas-auto (à direita). 
Furriéis Pires de Bragança Neto na rampa de saída da messe de sargentos 
do Bairro Montanha Pinto (em baixo)




O Alto Comissário Silva Cardoso assistiu, a 10 de Março de 1975, à manifestação que, em Luanda, se realizou frente ao Palácio do Governo, de «apoio à reabertura do programa radiofónico «Kudibanguela», suspenso pela direcção da Emissora Oficial de Angola, por ter feito a transcrição de parte do livro de Marcelo Caetano, em que o antigo chefe fascista alude à UNITA e ao dr, Jonas Malheiro Savimbi» - como acabo de ler no Diário de Lisboa desse dia.
O general Silva Cardoso estava acompanhado dos ministro Lopo do Nascimento (MPLA) e Rui Monteiro (da Informação) e os manifestantes, pela voz de Manuel Bento, aproveitaram para «exprimir em  nome do povo, a sua discordância com algumas medidas tomadas ultimamente pelo Governo de Transição», nomeadamente «a mobilização do pessoal dos portos de Luanda e Lobito» e, entre outras coisas, a nova lei de regulamentação das greves.
O Ministério da Informação, sobre isto, emitiu um comunicado, dando conta que «serão tomados em conta os pedidos dos manifestantes». 
O presidente Agostinho Neto (MPLA), no mesmo dia, em extensa entrevista, afirmava que Daniel Chipenda, agora na FNLA, «traiu o nosso movimento e traiu o nosso povo e é considerado um agente do imperialismo que se encontra em Kinshasa, é um elemento que tentou destruir o nosso movimento, com a ajuda de alguns países vizinhos». 
Os Cavaleiros do Norte, por esse tempo, continuava a adaptação à vida urbana da cidade de Carmona (a actual Uíge) - onde os três movimentos (MPLA, FNLA e UNITA) tinham delegações. Os serviços de escala preenchiam as nossas ocupações diárias, no quartel do extinto BC12 - que era agora a nossa casa operacional. Oficiais e sargentos tinham as respectivas messes, na cidade.
* PS: A entrevista com Agostinho 
Neto poder lida AQUI

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