domingo, 5 de abril de 2015

3 080 - FNLA no norte e Cavaleiros em férias luandinas

Marginal de Luanda, em 2013 (foto da net). Em baixo, mapa do norte de Angola, com 
algumas povoações dos Cavaleiros do Norte em destaque (clicar na imagem, para se ver melhor)




Aos 5 dias de Abril  de 1975, a flautiar a vida pela cosmopolita Luanda - apesar do que por lá se passava, principalmente nos bairros suburbanos... - eu  e o Cruz preparávamos malas para voar para o sul, primeiro para a verdejante e deslumbrante Nova Lisboa, em voo da TAAG.
Já tinha feito (eu) o percurso por estrada, em Setembro de  1974, pelo que a opção aérea até por isso se ofereceu mais segura. Era sábado, fomos até à ilha e por lá almoçámos, com boleia do meu conterrâneo Albano Resende. Almoço farto, bem regado e melhor aperitivado com uns bons pares de gambas grelhadas - um sabor praticamente novo para as nossas bocas!!!
A população civil luandina começava a acordar para novas e mais delicadas realidades, de que eram exemplo os constantes incidentes entre os homens armados dos movimentos de libertação. «As desavenças ameaçam transformar em guerra civil o processo de descolonização»,  relatava imprensa vespertina do dia.
A situação preocupava alguns presidentes africanos e nesse dia, no Zaire e para a analisarem, reuniram-se Julius Myerere (Tanzânia), Keneth Kaunda (Zâmbia) - que apoiavam o MPLA -  e o anfitrião Mobutu Seze Seko, apoiante da FNLA, presidida pelo cunhado Holden Roberto.
Mais a norte, em S. Salvador (no Congo angolano), a FNLA ocupava a maioria da campos militares abandonados pelos portugueses. Era o caso de N´Kiende, perto de S. Salvador (actual M´Banza Congo) que, seguindo a imprensa dessa tarde de sábado de há 40 anos (5 de Abril de 1975), «converteu-se num importante centro de treino para os recrutas da FNLA».
«Dois mil soldados recebem ali uma formação militar de base, durante três meses, e um treino especial de comandos, de 670 dias», noticiava o Diário de Lisboa.
Tais povoações ficavam a norte de Carmona, a não muitos quilómetros, na roda dos 300, o que por Angola era como «ir ali e vir já!».

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