quarta-feira, 8 de abril de 2015

3 083 - Censura, incidentes e Cavaleiros do Norte sem rotação

O que, em Dezembro de 2012, o Carlos Ferreira fotografou do antigo quartel 
da 2ª. CCAV. 8423, em Aldeia Viçosa. Em baixo, o alferes Carvalho, capitão José 
Manuel Cruz, alferes António Albano Cruz e João Periquito (de pé) e Jorge 
Capela (de cócoras). Há 40 para 41 anos!  



A 8 de Abril de 1975, foi suspensa a censura em Angola, que vigorava «desde os sangrentos incidentes registados em Luanda. nos últimos dias de Março». As emissoras particulares «não podiam emitir qualquer notícia, enquanto aos jornais e à Emissora Oficial de Angola apenas era permitido divulgar os comunicados oficiais». Foi isto há precisamente 41 anos!!! O tempo passa!!!
Agostinho Neto, em Lisboa, acusava a imprensa de «deforma(r) sistematicamente as declarações e actividades do MPLA» e referia que «para saber o que se passa em Angola, a população é obrigada a recorrer à imprensa e às emissões de rádio estrangeiras». Sobre os incidentes na capital angolana, relacionou-os com «a presença dos agentes da ex-PIDE/DGS, agora integrados nos serviços de informação militares, cuja actividade visa fundamentalmente combater o MPLA e desacreditar o Governo Português».
A manhã desse dia foi tempo, também, para uma reunião, no Palácio do Governo, entre os Estados Maiores dos três movimentos de libertação - o MPLA, a FNLA e a UNITA - para «analisarem questões militares, nomeadamente as que se referem à constituição da forças integradas, embrião do futuro exército de Angola», para o qual, sublinhava o Diário de Lisboa (que temos vindo a citar), «já se encontra decidido o necessário orçamento».
Na véspera, noite de 7 de Abril de 1975, em Luanda, foi atingido um avião sul-africano, civil, quando sobrevoava o Bairro Popular, momentos antes de pousar ao aeroporto. O Boeing 747 «aterrou normalmente, não tendo sido atingidos quaisquer dos 247 passageiros a bordo». Depois de inspeccionados «os estragos causados pelas balas», regressou a Joanesburgo, cancelando a viagem para Londres.
Por Carmona, os Cavaleiros do Norte prosseguiam a sua jornada africana, com sucessivos patrulhamentos, urbanos e de longo curso, mas com algumas dificuldades, por insuficiência de pessoal. Ainda demoraria a rotação da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa, ara Carmona. Só a 26 de Abril desse ano de 1975. 

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