terça-feira, 28 de abril de 2015

3 103 - Embarque dos Cavaleiros e Savimbi em Luanda


Capitães José Manuel Cruz (2ª. CCAV. 8423) e José Paulo Fernandes 
(3ª. CCAV. 8423), com o comandante Bundula (FNLA) e o alferes 
João Machado, em Aldeia Viçosa (há 40 anos). O comandante Almeida 
e Brito, Cruz, Rocha (furriéis) e Tomás, em Penafiel, a 27 de Setembro de 1997



Por esta altura de 1974, já depois do 25 de Abril e  regressados a Santa Margarida, os Cavaleiros do Norte souberam que «foram marcadas as datas de embarque do Batalhão para os fins de Maio e princípios de Junho», muito embora «desconhecendo-se  ainda qual o o destino da RMA».
De Angola, chegavam notícias - que avidamente procurávamos no Diário de Lisboa. A 28 de Abril, por exemplo e por despacho do general Rafael Alves, comandante-chefe-interino das Forças Armadas, «foi extinta a Direcção Geral de Segurança». Parte das tarefas que lhe estavam incumbidas «irão em breve ser atribuídas ao Comando-Chefe das Forças Armadas e a órgãos civis dependentes do Governo Geral», reportava o jornal, citando a ANI. 
Um ano depois, em 1975,  já a 1ª. CCAV. 8423 tinha «azimutado» para o Songo, mas, e cito o Livro da Unidade, «com um destacamento temporário em Cachalonde». Assim, iniciada a 24 de Abril, se tinha feito «a desactivação de Vista Alegre e Ponte do Dange», tal como, no dia 26, a de Aldeia Viçosa - estes Cavaleiros do Norte para o BC12.
Lê-se no Livro da Unidade que «só a partir desta data se completa  remodelação do dispositivo, que se julga ser a última até ao terminar da comissão».  Restava a 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel, que já estava aquartelada no Quitexe desde 10 de Dezembro de 1974.
Ao Quitexe, a 28 de Abril de 1975 - hoje se fazem 40 anos!!! -, foi o comandante Almeida e Brito. Já lá tinha estado a 26, neste caso com o oficial adjunto, o capitão José Paulo Falcão. Em Luanda, eu e o Cruz fazíamos vésperas do fim das nossas férias angolanas. Lá tinha chegado. no sábado anterior (dia 26), o dr. Jonas Savimbi, presidente da UNITA, «acolhido por uma multidão entusiástica e ruidosa, não se tendo registas quaisquer distúrbios» - segundo os despachos noticiosos da ANI, AP e Reuters. O líder do Galo Negro «pediu todo o apoio para o Governo de Transição» e, sobre os três movimentos de libertação, afirmou que «é imperioso que coexistam pacificamente».

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