quarta-feira, 1 de julho de 2015

3 177 - Cavaleiros em conhecimento e Savimbi feito profeta

Cavaleiros do Norte no Quitexe, todos furriéis milicianos: Francisco Bento, Nelson 
 Rocha, Celestino Viegas, António Flora, António Lopes, Luís Capitão (já falecido) e 
Delmiro Ribeiro (atrás), José Fernando Carvalho, Agostinho Belo, José Avelino 
Lopes e Armindo Reino (sentados)


Os capitães milicianos José Manuel Cruz e José 
Paulo Fernandes, comandantes da 2ª. CCAV. 8423 
e 3ª. CCAV.  8423, com o alferes miliciano João
Machado - o primeiro comandante dos Cavaleiros
do Norte no Destacamento da Fazenda Luísa
Maria. Do 1º. Pelotão da 2ª. CCAV. 8423,
a de Aldeia Viçosa



A 1 de Julho de 1974, ainda mal os Cavaleiros do Norte conheciam a sua área de acção. O Destacamento de Luísa Maria (apesar de lá estar o 1º. Pelotão da 2ª. CCAV. 8423, dese 10 de Junho) ainda não estava sob sua responsabilidade operacional, tal qual Vista Alegre - onde se aquartelavam a CCAÇ. 4145 e o GE 208. Só a partir de 17 de Julho tal aconteceu.
O 1º. Pelotão era comandado pelo alferes miliciano João Machado, que tinha sido meu companheiro do 2º. Turno de 1973, do Curso de Operações Especiais, em Lamego. Ele e o furriel miliciano António Carlos Letras, também deste curso e morador em Palmela, ambos formados no Centro de Instrução de Operações Especiais (CIOE), em Lamego - e com outro furriel, o Mário Matos, de Anadia e atirador de cavalaria, instruído na Escola Prática de Cavalaria, em Santarém.
O mês de Julho de 1974 começou «com a atribuição da responsabilidade operacional da OPVDCA e das 3ª. e 4ª. Companhias da PSPA/GR, estas respectivamente sediadas no Quitexe e Vista Alegre», e que, segundo o Livro da Unidade, «passaram, mercê de determinações superiores, ao comando operacional das dos militares em subsector» - o do Quitexe.
Notícia do Diário de Lisboa
de 1 de Julho de 1974 
Enquanto isso e em declarações ao jornal «A Província de Angola», Jonas Savimbi, presidente da UNITA, declarava que «a descolonização de Angola só poderá ser feita ordeiramente com a consolidação da democracia em Portugal».
«Vamos aproveitar a liberdade que nos deram as Forças Armadas para aprofundarmos mais a nossa consciência política e para demonstrarmos ao mundo o nosso civismo e a nossa maturidade política. Angola merece a sua independência total. O nosso primeiro dever é termos a coragem de irmos ao encontro da paz», disse Jonas Savimbi, em declarações reproduzidas no jornal «A Província de Angola e na Emissora Oficial de Angola.
Bem pregou «frei» Jonas. A história não confirmaria tal profecia, mas isso só hoje se sabe. Ao tempo, semeavam-se esperanças numa descolonização exemplar.
- OPVDCA: Organização Provincial de Voluntários 
de Defesa Civil de Angola. Tinha um aquartelamento no 
Quitexe, na saída para Carmona. 
- PSPA/GR: Polícia de Segurança Pública de Angola / Guarda Rural.

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