quinta-feira, 16 de julho de 2015

3 192 - O dia (marcado) da rotação do BCAV. para Luanda



Carmona, bairro Montanha Pinto. A Messe de Oficiais que se «transformou» 
em Messe de Sargentos da CCS dos Cavaleiros do Norte, 
de 2 de Março aos 
primeiros dias de Agosto de 1975. Há 40 anos!



A Zona Militar Norte (ZMN), em Carmona
e em foto relativamente recente. tirada da net



Há precisamente 40 anos, dia 16 de Julho de 1975, já os Cavaleiros do Norte sabiam da sua desejada saída para Luanda. Era «a melhor opção», segundo relata o comandante Almeida e Brito, no Livro da Unidade. «(...) Expôs-se o assunto ao QG/RMA, obtendo-se a  certeza da rotação do BCAV. 8423 para Luanda, a partir de 3 de Agosto, esquematizando-se a montando-se uma operação para essa saída, que não se adivinhava fácil», historia o LU.
Em Luanda, sucediam-se os problemas. Na véspera, de manhã e segundo o Diário de Lisboa, «registaram-se graves incidentes, com as forças da ordem a abrir fogo sobre manifestantes negros», falando-se de inúmeros feridos e pelo menos 20 mortos. A tarde foi tempo para o funeral de 4 vítimas de incidentes nos musseques, funeral que envolveu 30 000 pessoas e decorreu sem problemas. Registou-se, até, um facto inédito: «Pela primeira vez, segundo observadores locais, as bandeiras dos dois movimentos de libertação rivais - MPLA e FNLA - esvoaçavam lado a lado, com os seus cartazes e os seus slogans».
Notícia do Diário de Lisboa de 16 de Julho
de 1975, sobre os incidentes em Luanda
Eis alguns deles: «Não à auto-determinação», «O que queremos é a independência», «Abaixo o  Comando-Chefe das Forças Armadas em Angola», «Independência total», «O futuro de Angola pertence aos africanos» e «Os representantes de Angola são o MPLA e a FNLA». Repare-se que não se fala na UNITA.
Era para esta Luanda que, em Carmona e por esse tempo de 1975, se preparava a retirada dos Cavaleiros do Norte. A guarnição continuava em «permanente situação de prevenção simples» - que já vinha desde o dia 12 e se prolongaria até 18 de Julho de 1975. Mas estava, no meio desta «picada» de problemas, a esfregar as mãos de contentamento. Aproximava-se cada vez mais o final da nossa jornada africana do Uíge angolano!

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