quarta-feira, 5 de agosto de 2015

3 212 - Helicóptero atingido, dificuldades e ameaça de força da UNITA

Cavaleiros do Norte na epopeica coluna de evacuação de Carmona para 
Luanda: NN, 1º. cabo Mendes, 1º. cabo Deus (3ª. CCAV. 8423), soldado Santos e furriel 
Artur Guedes, todas da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa


A coluna dos Cavaleiros do Norte chegou ao
Dondo a 5 de Agosto de 1975, hoje se fazem 40 anos.
Tinha sa+id de Carmona (Uíge), passando pelo Negage,
Samba Caju e Ndatalando (Salazar)
Dia 5 de Agosto de 1975, o segundo da rotação dos Cavaleiros do Norte para Luanda. A coluna retomou a marcha, eram 5,30 horas da madrugada, em Samba Caju - onde pernoitou. Uma hora depois, já no controlo desta localidade, «surgiram novas dificuldades, novamente torneadas, mas que conduziram a que só pelas 8,30 horas se retomasse a marcha»A guerra psicológica travada no Negage «fôra esgotante para os nervos», segundo o Livro da Unidade, mas «estavam vencidas as primeiras dificuldades». Às 11 horas dessa manhã, atingiu-se Vila Flor, onde «mais viaturas se juntaram» às 700 da coluna dos Cavaleiros do Norte. A marcha prosseguiu e «entrou-se em terra de ninguém», fazendo-se nova paragem pelas 13 horas, para «juntar todas as viaturas e refazer a coluna».
«Ia-se entrar em terra do MPLA, havia que reconhecer o itinerário e, para tal, recorreu-se aos helis que, em Salazar, estavam à ordem da coluna», relata o Livro da Unidade, recordando que «feito o reconhecimento aéreo, em que um héli foi alvejado, contactou-se via terrestre o MPLA, cerca das 13,30 horas».
A marcha reiniciou-se e «atravessou-se Lucala, às 14 horas, onde se abandonou outra viatura». Depois, Salazar (actual Dalatando), «cidade que levou a atravessar cerca de 4 horas, dado terem de se resolver inúmeras avarias». Uma outra viatura foi abandonada e a marcha foi retomada «incorporando na testa da coluna uma Companhia de Paraquedistas, que se encontrava de reserva no CTSAL»
O Dondo foi passado às 23,30 horas, com «nova interrupção de marcha».
Em Luanda e neste dia «milhares de colonos portugueses manifestaram-se (...), pedindo o aceleramento da ponte aérea que deverá evacuar para Lisboa cerca de 300 000 mil brancos, antes da independência». No Caxito, não havia evolução. Em Malanje foi «negociado o acordo de cessar fogo». Da Gabela «saiu a quase totalidade da população, tendo cessado o conflito». Na Lucala, registaram-se «conflitos armados entre FNLA e MPLA». No Lobito e Benguela foi «acordado o cessar fogo e a troca de prisioneiros e viaturas apreendidas».
Notícia do Diário de Lisboa, de 5 de
Agosto de 1975, sobre a posição de força da UNITA, na
guerra pré-independência de Angola
A UNITA, entretanto e «perante a grave conjuntura política e militar de Angola» e o que classificou de «constantes provocações contra militantes e simpatizantes e mesmo às suas tropas» (...) que já provocaram mortes em Luanda, Henrique de Carvalho, Teixeira de Sousa Novo Redondo, Malanje, Serpa Pinto, Lobito, etc.», entre outros graves incidentes, decidiu «tomar posição consentânea com o  momento grave que se vive».

Assim, ordenou às suas tropas que «respondam a partir de hoje às provocações, utilizando a sua capacidade máxima». «Todas as acções em áreas controladas pela UNITA - concluía o comunicado - serão consideradas, a partir de hoje como ataques directos contra a UNITA, cujas forças responderão em consequência».
Mais uma enorme acha para a fogueira fratricida que crescia em Angola.
 - Ver AQUI o noticiário do dia,
sobre a situação em Angola

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