quarta-feira, 26 de agosto de 2015

3 233 - MPLA e FNLA com forças em intenso movimento

Cavaleiros do Norte da 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel. Furriéis milicianos 
Agostinho Belo, Ângelo Rabiço, José Querido, Victor Guedes (falecido a 16 de 
Abril de 1998) e António Fernandes - em cavaqueira, à porta do bar A Cubata

O MPLA, há 40 anos, aumentava a sua
zona de influência. Assim noticiava o
Diário de Lisboa de 26 de Agosto de 1975


A 26 de Agosto de 1975, o comunicado da 5ª. Divisão do Estado Maior General das Forças Armadas (Portuguesas) dava conta de que «a situação em Luanda mantém-se calma». No Caxito, também não havia alterações militares, «embora se verifique intenso movimento de forças do MPLA e da FNLA, o que faz prever a possibilidade de confrontações nas próximas horas».
Normal era também a situação no Lobito, onde começaram a ser evacuadas as forças da FNLA, por via marítima e para Santo António do Zaire. De lá também já tinha saído a UNITA - num navio de guerra e para Moçâmedes, que, curiosamente, era controlada pelo MPLA, estando a ser evacuadas as forças da FNLA  e negociada a saída da UNITA, que, segundo o Diário de Lisboa, «se haviam rendido».
MPLA e UNITA continuavam a confrontar-se nos arredores da cidade do Luso e em Nova Lisboa «a coluna militar das Forças Armadas Portuguesas que se deslocou ao Alto do Catumbela, recolheu cerca de 1200 civis que se encontravam retidos junto à fábrica de celulose, tendo regressado a Nova Lisboa sem dificuldades».
«A situação continua a evoluir a favor do MPLA, na zona centro e na região costeira de Sá da Bandeira, importante centro cafeeiro e ferroviário, desde a tarde de ontem em poder do movimento de Agostinho Neto. A FNLA e a UNITA, refere o Diário de Lisboa de 26 de Agosto de 1975, «capitularam e comprometeram-se a abandonar a cidade no espaço de 24 horas e toda a província do Huíla em 48 horas». Pereira d´Eça, Roçadas e Humbe eram outras cidades já em poder do MPLA.
«As unidades militares do MPLA, controlando uma importante parte do território angolano,  empenham-se agora em organizar a normalização da vida e em edificar o poder popular nas áreas libertadas», noticiava o Diário de Lisboa.
Os contactos entre dirigentes do MPLA e da UNITA continuavam, na perspectiva de «eventualmente levar ao estabelecimento de uma plataforma de entendimento entre os dois movimentos». Uma anterior reunião tinha fracassado, mas, citando a imprensa desse dia, «continua de pé a possibilidade da sua realização, a qual poderá concretizar-se nos próximos dias, quer em território angolano quer mesmo em Lisboa».

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