sábado, 29 de agosto de 2015

3 236 - Fim do Governo de Transição e evacuação de refugiados

Quitexe. A avenida, ou Rua de Baixo, onde se centralizavam as instalações dos Cavaleiros do Norte. A seta cor de laranja indica o bar dos praças e o  coberto (agora emparedado) onde eram dadas as aulas regimentais. A enfermaria funcionava no edifício indicado pela seta verde


Notícia sobre o fim do Governo de Transição de
Angola,a  29 de Agosto de 1975, hoje se fazem 40 anos

A 29 de Agosto de 1975, «caiu» o Governo de Transição de Angola e, em Lisboa, foi anunciado o fim de Vasco Gonçalves. As funções, em Luanda, foram assumidas, na íntegra. pelo Alto Comissário Interino, general Ferreira de Macedo - que, no dia, falou ao país através da Emissora Oficial.
O Governo de Transição tinha sido formado pelos três movimentos e Portugal, nos termos do Acordo do Alvor - que Portugal já denunciara e que, na prática, deixara de existir (o Governo) no princípio do mês de Aquando, quando FNLA e UNITA foram expulsos de Luanda.
A 27, o Presidente Costa Gomes tinha solicitado apoio aos Estados Unidos, para a evacuação dos portugueses que desejassem viajar para Lisboa e que, ao tempo, se multiplicavam no aeroporto de Luanda - onde, religiosamente, todos os dias eu ia, à procura de conterrâneos e familiares. 
O Presidente Gerald Ford não respondeu de imediato a Costa Gomes, embora, segundo o Diário de Lisboa, «em princípio estivesse de acordo em conceder a ajuda solicitada». Aparentemente, segundo o DL, o Governo americano não avançava decisões sem que Vasco Gonçalves saísse do Ministério português. Os americanos estariam dispostos a colaborar, caso «existisse em Portugal um Governo com que fosse possível trabalhar».
Os Estados Unidos, na verdade, e segundo o funcionário da sua Secretaria de Estado, citado pelo New York Times, consideravam Vasco Gonçalves «um aliado dos comunistas». Robert Ingerssol, o Secretário de Estado Adjunto de Henry Kissinger, sublinhava que «a situação angolana permanente dramática e trágica, mas ainda não é sangrenta, pelo menos no que respeita aos refugiados portugueses».
A UNITA, a 29 de Setembro de 2015,
não dava como terminado o Governo
de Transição de Angola
No mesmo dia 29, mas em Lisboa, a UNITA desmentia o fim do Governo de Transição. O 1º. ministro José Ndele, do GT e militante da mesma UNITA, afirmou que «o Governo de Transição existiu sempre». As condições, disse, «é que não permitem que toda a gente possa estar no lugar das suas funções». 
«Quando ainda podemos dialogar, é preferível entrarmos em diálogo», disse José Ndele.
A França de Valery Giscard d´Estaing, entretanto, já decidira ajudar a evacuação dos refugiados e iria dar início a voos diários, com refugiados e a partir de Luanda. O presidente francês havia pedido ao seu Governo que «intensificasse a sua assistência a Portugal, naquele sentido». A Cruz Vermelha e o Governo da da Alemanha decidiram mandar para Angola uma ambulância, depois de «já terem doado aos refugiados tendas de campanha, cobertores, macas e equipamentos de primeiros socorros».
Os Cavaleiros do Norte, em final de comissão e continuando como unidade de reserva da Região Militar de Angola, contavam os dias para o regresso - cuja data, porém, ainda desconheciam.

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