sábado, 5 de setembro de 2015

3 243 - A última 6ª. feira dos Cavaleiros do Norte em Angola

Cavaleiros do Norte no Quitexe. De pé, 1ºs. cabos Fernando Soares, Luís Oliveira e António Pais, furriel Nelson 
Rocha, 1º. cabo João Estrela (de bigode e sem boina), António Silva, alferes José Leonel Hermida (de quico e bigode), 
Humberto Zambujo, furriel José Pires (de braços cruzados), Abel Felicíssimo (da 1ª. CCAV. 8423), José Mendes, António 
Soares (TRMS), NN (de mão no queixo, será o 1º. cabo Pires, da secretaria?) e Wilson Moreira. De cócoras. Jorge 
Silva (TRMS da 3ª. CCAV. 8423), José Costa, 1º. cabo Jorge Salgueiro (?), furriel António 
Cruz e 1º. cabo Rodolfo Tomaz 

Notícia do Diário de Lisboa sobre a chegada
do almirante Leonel Cardoso a Angola. O último
Alto Comssário de Portugal na ex-colónia


A primeira 6ª.-feira de Setembro de 1975 foi o dia 5 e, a Luanda, chegou o novo Alto Comissário, o almirante Leonel Cardoso. Ao jornal O Comércio, diária da capital angolana, disse que faria todo o possível para reestabelecer a paz no território e que, para tal e se necessário, «as tropas portuguesas estariam na disposição de intervir». Não estou certo que assim fosse,
À partida de Lisboa, Leonel Cardoso considerara prioritárias duas tarefas: «Estabelecer um clima de paz que permita a reabilitação da sua economia com uma transferência digna de poderes, a 11 de Novembro», por um lado, e, por outro, «o regresso aos seus postos de trabalho dos que presentemente se encontram desalojados evacuar todos que que  mesmo assim não desejam continuara em Angola mas pretendem regressar à suas regiões de origem».
Os Cavaleiros do Norte, como se imagina, passavam ao lado destas movimentações e, pela frente, já só tinham um fim de semana de intervalo para o dia (8) da partida apara Lisboa. Por mim, fiz as despedidas possíveis dos amigos que por lá iam ficar - enquanto chegavam notícias de mais combates entre MPLA e UNITA, nomeadamente em Chipaca (no leste), Cubal e Ganda. 
O dia foi assinalado por uma explicação da África do Sul sobre a (alegada) invasão do sul de Angola: a 12 de Agosto, teria informado o Governo de Portugal da entrada de um pelotão de 30 homens, para ir proteger os técnicos da estação de bombagem do Calueque, na fronteira de Angola com a Namíbia - nos «termos do acordo em vigor» entre os dois países, O Ministério dos Negócios Estrangeiros português, porém, em comunicado de faz ontem 40 anos, referiu que «desde logo foram postas reservas quando à acção, assim empreendida sem prévia conhecimento ou concordância das autoridades portuguesas». 
Os sul-africanos, quanto à infiltração de mercenários a partir do seu território, reiterou a sua «política de não ingerência», a de, segundo a sua embaixada em Lisboa, «não permitir que mercenários ou outras forças operem a partir do seu território, ou de território sob o seu controlo».

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