terça-feira, 29 de setembro de 2015

3 268 - Cavaleiros de Aldeia Viçosa em Salvaterra de Magos (4)

O Soares e o (alferes miliciano) Domingos Carvalho de Sousa, ambos da 2ª. CCAV. 
8423, e o (furriel miliciano) Viegas, da CCS, no encontro dos Cavaleiros do 
Norte de Aldeia Viçosa, em Salvaterra de Magos - a 26 de Setembro de 
2015. Gente já bem madura e muito companheira!!!


Rafael Ramalho, José Maria Beato e
António Artur Guedes. Os organizadores,
com o Viegas (da CCS, o segundo, da direita),
em Salvaterra de Magos

O (1º. cabo rádio-telegrafista) José Maria Beato deu conta da (sua) «honra por ser fundador dos encontros da 2ª. CCAV. 8423» e citou o (furriel miliciano) Rafael Ramalho, atirador de cavalaria, como companheiro organizador. E também o (furriel miliciano, igualmente atirador de cavalaria) António Artur Guedes, o «mordomo» desta jornada eno-gastronómica de convívio - que festejou 40 anos do regresso de Angola.
O blogue (este blogue) foi depois enfatizado e (excessivamente) elogiado pelo Beato: «Conta as histórias e lembra as pessoas, de todo o batalhão. Não é só da CCS, nem da 2ª. Companhia, é de todas as companhias». O que é verdade, na verdade, é de todas. Depois, fez corar o autor: «O blogue só é possível pela entrega total de quem o faz. Peço uma enorme salva de palmas para o furriel Viegas, que nos deu a  honra de hoje estar presente connosco».
Aniano Mesquita Tomas, Cavaleiro do 
Norte de Aldeia Viçosa, com a esposa. Aqui,
 ontem. falámos dele
Corei, é verdade, mas levantei-me, para agradecer, com as palavras de ocasião e de emoção: «É com todo o gosto que o faço, muito obrigado a todos!!...»
Fiz o mínimo que devia. Julgo. E acrescentei: «O blogue quer ser memória de um tempo irrepetível das nossas vidas, que nos fez mais homens e crescer, que nos fez partilhar e multiplicar emoções, comungar dramas e pequenas glórias. Éramos jovens muito jovens, mas nenhum de nós recuou, quando os perigos nos espreitaram e as dores nos fizeram sofrer no corpo e na alma».
«Um tempo - disse eu, procurando as palavras certas - de crescimento e emoção, o jardim de infância, a adolescência e juventude da nossa vida, que nos fez o que somos hoje».
Isto foi dito a 26 de Setembro de 2015!
A 29 de Setembro de 1974, há 41 anos, no Quitexe, em Zalala, em Santa Isabel e Aldeia Viçosa, os Cavaleiros do Norte continuavam a sua missão, muito atentes e intervenientes porque, ao tempo e cito o Livro da Unidade, «começou também no Subsector a ser incrementada, pelo IN e/ou por agitadores, propaganda aliciante dos trabalhadores das fazendas para fugirem ao contrato» - o que, concluía o LU, começando «a tomar volume, que se pode considerar elevado» teria, por isso mesmo, «forçosamente reflexos negativos no bom andamento do processo regressivo a das tropas e da descolonização».
Cartaz contra a maioria silenciosa de
28 de Setembro. Há 41 anos!!
!
Eu, em Luanda, preparava a mala para o regresso ao Quitexe, depois das férias passadas em passeio pela imensa Angola. Era domingo e conversei largamente na Portugália, em «mata-bicho» com Rebelo Carvalheira, ao tempo jornalista do jornal A Província de Angola. Soube que os movimentos nacionalistas não estariam dispostos a esperar dois anos pela independência (o que era preocupante) e o jornal Sunday Times, da Zâmbia, acrescentava mesmo que «o Presidente António de Spínola vai esbarrar com dificuldades, se pensa o contrário». 
O Presidente Spínola, recordamos, tinha assumido dias antes a gestão do processo de descolonização de Angola, mas, frisava o Sunday Times zambiano, «a via escolhida está em conflito com o Movimento das Forças Armadas que o instalaram na presidência e com os nacionalistas angolanos». Na véspera, em Lisboa, tinha acontecido um movimento dos sectores conservadores, civis e militares - a chamada Maioria Silenciosa -, que foi controlado pelo Governo. E que, no dia 30 de Setembro, provocaria a renúncia de António de Spínola, substituído por Costa Gomes.

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